A visão da OMS sobre o futuro da inteligência artificial na Medicina

 

Variadas aplicações da inteligência artificial na saúde resultou em
posicionamento da OMS para garantir uso ético e seguro da tecnologia.

A incorporação tecnológica na saúde já é um fato e essa modernização é
irreversível devido aos diversos benefícios propiciados para pacientes,
profissionais e gestores.

A inteligência artificial é uma dessas tecnologias e consiste em softwares
capazes de reproduzir as habilidades humanas de identificar variáveis,
processar informações, tomar decisões, aprender e resolver problemas.

De acordo com John McCarthy, um dos precursores da área, trata-se de “fazer
a máquina comportar-se de tal forma que seja chamada inteligente caso fosse
este o comportamento de um ser humano”.

Apesar dos benefícios dessa modernização mediada pela tecnologia é
fundamental o posicionamento e mediação de instituições confiáveis da área,
como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Saiba mais a seguir.
Aplicação da inteligência artificial na Medicina

De acordo com pesquisas da consultoria Accenture a estimativa é que, nos
próximos anos, o valor do mercado mundial de IA aplicada à assistência
médica ultrapasse a marca dos US$ 7 bilhões.

Esse mercado bilionário começou a décadas, mas uma das aplicações mais
inovadoras aconteceu em 2011 quando a IBM lançou um supercomputador para
processar dados de saúde tornando-se um banco de dados de referência na
área de oncologia.

Seguindo o mesmo caminho, o Google lançou o supercomputador Deep Mind,
reunindo dados milhares de pacientes para aumentar o conhecimento sobre
diversas patologias, incluindo seus sintomas e evolução.

Essas aplicações mais voltadas a centros de pesquisa foram a base para uma
nova fase da inteligência artificial na Medicina, viabilizando sua
popularização.

Atualmente, os sistemas de inteligência artificial na saúde podem ser
usados para processos variados em larga escala, como:

gestão da operação hospitalar reunindo dados sobre aspectos logísticos
que facilitam a distribuição de recursos e minimiza as chances de
desabastecimento;

aparelhos individuais de monitoramento, como os relógios inteligentes,
que podem ser automaticamente conectados aos prontuários eletrônicos de
pacientes para oferecer informações médicas confiáveis em tempo real;

processamento de dados de alta complexidade, como no caso de sistemas
treinados com IA para identificar alterações em exames radiológicos como
ressonância magnética e tomografia computadorizada;

monitoramento de patologias, como no caso da Covid-19, permitindo a
identificação de ondas de casos e ações preventivas para minimizar os
impactos no sistema de saúde, preservando vidas;

acompanhamento médico a distância, tanto por meio de consultas como
também na realização de cirurgias remotas.

A evolução da aplicação da inteligência artificial na saúde foi
determinante para que essa solução, considerada inacessível até pouco tempo
atrás, passasse a ser incorporada no dia a dia para promover ganhos reais
aos pacientes.
Quais os benefícios dessas tecnologias no ambiente hospitalar?

A inteligência artificial na Medicina tem sido amplamente usada devido aos
ganhos que oferece na rotina do ambiente hospitalar, incluindo:

ganhos operacionais devido ao uso de softwares de gestão que centralizam
e integram as informações dos diferentes departamentos aumentando a
inteligência na tomada de decisão dos gestores;

eficiência logística com monitoramento de diferentes métricas como
disponibilidade de leitos e reserva de insumos para prevenir o
desabastecimento;

monitoramento de pacientes, como no caso do robô assistente Laura,
criado no Brasil para ajudar a monitorar pacientes e identificar aqueles
com risco de sepse;

redução de casos de falta de assistência especializada devido ao uso da
tecnologia para mediar atendimentos a distância com especialistas, mesmo
para pacientes que moram em regiões isoladas e carentes;

agilidade e eficiência no diagnóstico, como no caso do uso de softwares
para priorização de exames radiológicos de acordo com a gravidade do quadro;

boa convivência na relação médico-paciente devido à possibilidade de
automatizar tarefas e deixar o profissional mais disponível para uma
interação próxima e humana.

Assim, são diferentes áreas das instituições de saúde que se beneficiam das
aplicações da inteligência artificial na saúde, com destaque à promoção de
práticas que melhoram a experiência e suporte ao paciente.
O que a OMS diz sobre o uso da IA na saúde?

Os benefícios da IA na saúde não anulam a alta complexidade da tecnologia
que opera com base em dados pessoais dos pacientes e da saúde pública para
gerar soluções que, de fato, sejam inteligentes.

Considerando isso, é fundamental que instituições de renome, como a OMS,
estejam comprometidas com o bom uso da IA em nível global.

Pensando no potencial elevado do uso da inteligência artificial na
Medicina, a OMS divulgou diretrizes quanto ao uso ético dessa tecnologia na
saúde, destacando seis pontos:

proteger a autonomia humana;

promover o bem-estar e a segurança humana e o interesse público no uso
da IA;

garantir transparência, explicabilidade e inteligibilidade às soluções
que usam IA;

promover responsabilidade e prestação de contas quanto aos usos da
tecnologia;

garantir inclusão e equidade no acesso à saúde mediado por tecnologias
de IA;

promover soluções com uma inteligência artificial responsiva e
sustentável.

Esses princípios norteadores são importantes para que a inteligência
artificial possa, de fato, trazer benefícios à saúde de forma responsável e
ética como promove a instituição.

As milhares de soluções de IA na Medicina, como o software de voz para laudo, sistemas de gestão, robôs para cirurgias, telemedicina, sensores e outras devem ser orientadas por esses
valores, garantindo a condução ética na aplicação da tecnologia na saúde.

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