Após operação da PF, governador do Tocantins é afastado do cargo pela Justiça

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (20) as operações Éris e Hygea. A finalidade é desarticular “organização criminosa composta por membros da cúpula” do governo do Tocantins, suspeita de “obstruir investigações de combate à corrupção e desmantelar o esquema de pagamento de vantagens indevidas relacionadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins (Plansaúde)”.

Entre os investigados está o governador Mauro Carlesse (PSL) e alguns de seus secretários. De acordo com a PF, 280 policiais federais cumprem 57 mandados de busca e apreensão e outras 50 medidas cautelares, como a suspensão do exercício das funções públicas, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), nas cidades tocantinenses de Palmas, Gurupi e Porto Nacional, além de Minaçu, Goiânia, Brasília e São Paulo.

Iniciadas há cerca de dois anos, as investigações apontam o que seria “um complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados, que teriam movimentado dezenas de milhões de reais por meio dos crimes praticados”. Até o momento, foi determinado o bloqueio judicial de R$ 40 milhões.

A Operação Éris busca desarticular o braço da organização criminosa instalado na Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, suspeito de obstruir investigações, “utilizando-se de instrumentalização normativa, aparelhamento pessoal e poder normativo e disciplinar contra os policiais envolvidos no combate à corrupção”. O grupo ainda é suspeito de vazar aos investigados informações de investigações em andamento.

Vantagens indevidas

A Operação Hygea, por sua vez, visa desmantelar o “esquema de pagamentos de vantagens indevidas relacionadas ao Plansaúde e a estrutura montada para a lavagem de dinheiro, assim como demonstrar a integralização dos recursos públicos desviados ao patrimônio dos investigados”.

Em nota, a PF informou que o governo do Tocantins removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção, conforme as apurações avançavam e mencionavam “expressamente” membros da cúpula do estado.

“Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa”, declarou a corporação.

Se condenados, os investigados vão responder pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsidade ideológica e documental e embaraço às investigações.

Fora do cargo

O STJ também determinou a retirada do governador por 6 meses, no âmbito da apuração sobre pagamento de propina e obstrução de investigações.

A decisão de afastamento é do ministro Mauro Luiz Campbell e será submetida ainda nesta quarta ao pleno da Corte do STJ, que pode mantê-la ou revogá-la.

Outro lado

O Conexão Política entrou em contato a defesa de Mauro Carlesse, que afirmou que só vai se manifestar após ter acesso à íntegra da decisão. O Palácio Araguaia também foi questionado, mas ainda não tinha se manifestado até o fechamento deste texto.

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