Caso Marsili provoca indignação e reacende debate sobre criminalidade no país

A morte do médico Claudio Marsili, de 64 anos, executado a tiros na manhã desta terça-feira (19), voltou a chocar o país.

O cirurgião plástico chegava para um plantão em uma clínica, no Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando foi surpreendido por criminosos. O grupo estava em um Renault Sandero preto.

No exato momento, o profissional de saúde estacionava seu automóvel, uma Hilux cinza, quando diversos disparos foram efetuados contra ele. O carro da vítima foi levado durante a ação.

A brutalidade e a repercussão do caso reacenderam a discussão sobre a segurança pública no país, além de questionamentos em volta de deliberações complexas desenvolvidas dentro dessas organizações.

Nas redes sociais, por exemplo, o endurecimento da legislação penal no combate à criminalidade é o assunto do momento.

Um dos nomes a se posicionar sobre tema foi Eduardo Cavendish.

Por meio do Twitter, o administrador reagiu à publicação de Davy Albuquerque, chefe de redação do Conexão Política, e defendeu ‘um grande movimento’ em prol de diligências direcionadas ao endurecimento da punição no país.

“Chegou o momento de criarmos um grande movimento para aumentarmos as penas e tornar o processo criminal mais rápido e eficiente no Brasil. Ou fazemos algo, ou amanhã será um familiar seu”, escreveu.

O Conexão Política entrou em contato com Eduardo Cavendish. À reportagem, ele reforçou o que foi dito na publicação acima, além de reiterar a importância de avanço imediato das pautas em evidência.

CP: Muito se fala em ‘Brasil pós 2022’. Na sua visão, a sociedade deveria pressionar os parlamentares para acelerar questões de segurança pública no país o quanto antes?

EC: “Sem dúvidas. A guerra está aí. Morre mais gente no Brasil do que em zonas de guerra conflagrada. Este assunto precisa ser debatido. Eu não sou jurista, mas como cidadão indignado faço o que posso. Acho que precisamos reformar nosso Código Penal, [com] leis mais duras. E precisa[mos] tornar o processo mais eficiente também”, relatou.

Outras pautas

O caso Marsili também ressuscitou a discussão em torno de um referendo sobre o comércio legal de armas no país. Em 2005, 63,94% dos brasileiros que registraram seu voto na consulta popular foram contra a proibição da comercialização de armas de fogo e munições em todo o território nacional.

Esta reportagem apurou que, até o final de 2019, meses antes do surto da Covid-19 no Brasil, 40% dos projetos de lei em tramitação no Congresso sobre segurança visavam o endurecimento penal.

Em outubro do mesmo ano, um relatório do Instituto Sou da Paz apontou que quatro a cada dez projetos tinham essa abordagem e, nesse enquadramento, deputados e senadores da última legislatura à época [2015 a 2018] buscaram apresentar projetos que buscavam aumento de pena e/ou criminalizar novas condutas.

“A 55ª Legislatura foi pautada pela dimensão punitiva como solução proposta ao problema da violência”, apontou aquele estudo. Essa ‘rigidez penal’ no Legislativo correspondeu, em média, a 37% dos projetos sobre segurança pública, sendo 38,4% no Senado e 35,4% na Câmara.

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