Em jantar com Toffoli, advogados “atacam Dallagnol chamando de 171”

O jurista Lenio Streck, mestre de cerimônias do desagravo ao Supremo Tribunal Federal (STF), deu o clima do jantar na noite de sexta-feira em São Paulo: é hora de superar as diferenças com a Corte para enfrentar o inimigo maior: a Lava-Jato.

Estavam lá o ministro Dias Toffoli, juízes e advogados – sobretudo criminalistas que defendem os réus da Lava-Jato. No jantar com 230 pessoas, a um custo de adesão de R$ 250 cada, todas as matizes do direito brasileiro estavam presentes, de advogados que atuaram em governos petistas a ícones da direita nacional.

Tudo, segundo os presentes, em prol da defesa das prerrogativas, do direito da ampla defesa e do amplo contraditório nos processos brasileiros – que, claro, também movimentam as bancas.

“Este é o mais vigoroso e contundente ato contra as anomalias jurídicas da Lava-Jato realizado até agora. Todo mundo que importa na advocacia está aqui”, afirmou um figurão de São Paulo, que pediu para não ser identificado.

No evento organizado pelo site Consultor Jurídico (Conjur) e pelo Grupo Prerrogativas, uma associação de juristas, o alvo era a Lava-Jato e práticas que, segundo os presentes, representam restrição de acesso aos autos, conduções coercitivas de testemunhas e o uso indiscriminado de algemas para figurões do país acusados de crimes do colarinho branco.

“O direito penal brasileiro viveu nos últimos cinco anos situações que não passaram nem mesmo na ditadura” disse, em tom ufanista, o presidente do Conselho Nacional da OAB, Felipe Santa Cruz.

Mas apesar do passado incomodar os operadores do direito, o que realmente motivava o encontro era o temor do futuro. Os grandes juristas e bancas se arrepiam ao ouvir que parte dos procuradores, promotores e juízes que tocam a Lava-Jato sonha em fazer um cerco aos escritórios.

A quebra do sigilo destes profissionais, que podem ganhar na casa dos sete dígitos em algumas causas criminais, é vista como uma devassa irreparável.

E tão logo começou os ataques aos procuradores uma ao qual o  petista Paulo Pimenta comentou satisfeito que, durante o jantar, os advogados chamaram Deltan Dallagnol, em coro, de 171.

As calúnias estão nas redes sociais, não é mesmo, Dias Toffoli?

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