Repetido nas eleições presidenciais de 1989, 1994 e 1998, um dos mais famosos bordões de campanhas políticas será usado novamente nas eleições 2018, repaginado, na disputa para o governo de Minas Gerais.
“Meu nome é Gabriela Enéas” vai ser o mote da pré-candidata do Partido da Mulher Brasileira (PMB), a professora Gabriela Guimarães Carneiro, de 46 anos.
A filha do emblemático candidato à presidência pelo Prona, Enéas Carneiro (morto em 2007), usa o nome e cola na imagem do pai para se tornar conhecida.
Durante a campanha, ela diz que vai adotar as mesmas posições nacionalistas defendidas por ele, mas pretende ficar longe das suas declarações polêmicas.
Durante entrevista concedida em 2000, por exemplo, o então candidato à prefeitura de São Paulo Enéas Carneiro disse que o “comportamento homossexual fere as leis da natureza” e é “uma aberração”.
“Eu nasci em uma outra geração e sou mulher. Vejo o mundo diferente dele por conta disso. Nesse aspecto, sou completamente diferente dele e tenho a mente aberta”, defende-se Gabriela, que mantém a mesma maneira enérgica do pai para articular as palavras.
“Ideologicamente, eu sou humanista como ele era, acredito que o ser humano precisa evoluir para uma sociedade mais justa. Eu concordo com meu pai em muitas vertentes”, ponderou ela, que vai dispor de mais tempo que os 15 segundos que o pai teve em 1989, quando imortalizou o bordão “Meu nome é Enéas”. Se o PMB não fechar aliança, ainda assim ela terá 1 minuto e 30 segundos para falar no horário eleitoral.
Carioca, Gabriela Carneiro candidatou-se em 2008 pelo PMN à Câmara municipal do Rio mas não foi eleita. “Meu pai tinha uma ligação muito forte com Minas Gerais, e estou aqui com a intenção de reforçar os ideais do meu pai e fazer uma reforma com as ideias dele”, disse.