Funcionários da campanha do PT entram em greve por falta de pagamento

Parte dos funcionários da campanha do PT à Presidência cruzou os braços nesta semana segundo reportagem do Estadão.

Os profissionais responsáveis pela produção dos programas eleitorais do PT para a TV alegam atraso nos pagamentos.

A greve ameaça a entrega dos novos comerciais da coligação dedicados a apresentar Fernando Haddad como poste de Lula.

A paralisação dentro da campanha começou, de maneira progressiva, na semana passada, durante o feriado de 7 de Setembro. Os contratados aguardavam receber pagamento até a sexta-feira, 7, mas a remuneração não foi regularizada, o que gerou o início de um movimento de paralisação.

Na semana anterior, os prestadores de serviço haviam sido orientados a emitirem suas notas fiscais, antecipadamente, para receber seus vencimentos antes que a candidatura de Lula fosse julgada pelo TSE.

A direção de campanha já contava com a possibilidade do ex-presidente ter o registro de candidatura indeferido, o que ocasionaria uma alteração no CNPJ da campanha, algo visto como um elemento complicador para essa regularização.

Mesmo assim, várias equipes não receberam os valores combinados antes da decisão da Justiça Eleitoral.

Um dos coordenadores de marketing do PT, Otávio Antunes atribui o “atraso de alguns profissionais” a problemas burocráticos. “Lamentamos o atraso, mas 90% dos contratos dos fornecedores da campanha já estão com sua situação completamente regularizada”, disse Antunes. “Estamos dentro do cronograma (de produção do programa eleitoral).”

Antunes é ligado à empresa M. Romano Comunicação LTDA, que cobrou R$ 7, 4 milhões da campanha de Lula por serviços de “produção de programas de rádio, televisão ou vídeo”. A empresa não estaria ligada aos atrasos nos pagamentos.

A troca do CNPJ da campanha seria uma das razões do problema. No entanto, funcionários receberam diferentes explicações sobre a questão.

O problema afetou, inclusive, a produção do programa eleitoral do PT veiculado nesta quinta-feira, 13, que trata da substituição dos candidatos petistas. A inserção mostra Haddad no ato em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba, na segunda-feira, 10, e narra a leitura de uma carta do ex-presidente direcionada ao povo brasileiro, na qual ele discorre sobre a “perseguição” que o fez ter de abdicar da disputa presidencial.

Como algumas equipes já estavam paradas na ocasião do anúncio, a direção da campanha teve de convencer parte dos funcionários a fazer o trabalho em troca de regularizar os atrasos no mesmo dia, o que acabou não ocorrendo.

Até ter sua candidatura indeferida, a campanha de Lula gastou R$ 26,2 milhões, sendo que mais da metade deste valor foi usado na produção de programas eleitorais para o rádio e televisão. A campanha também investiu em material gráfico e na contratação de dois grandes escritórios de advocacia. A reportagem entrou em contato com as empresas que mais receberam recursos e obteve resposta de duas delas, que garantiram terem recebido todo o valor dos contratos em dia.

O PT tem direito a receber, neste ano, R$ 212 milhões, referente ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha

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