Laudo apresentado pela defesa aponta que agressor de Bolsonaro sofre de transtorno psiquiátrio grave

Laudo psiquiátrico foi entregue pela defesa de Adelio Bispo de Oliveira nesta segunda-feira; advogados vão pedir uma avaliação de sanidade mental

O laudo do exame particular feito por Adelio Bispo de Oliveira, autor do ataque contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro(PLS) , apontou que o agressor, sofre de transtorno delirante grave. A defesa protocolou o resultado nesta segunda-feira (1º) na 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG) para solicitar um novo pedido de avaliação de sanidade mental.

Adelio Bispo está preso por esfaquear Bolsonaro durante ato de campanha na cidade no dia 6 de setembro. Segundo a defesa, a solicitação é de que o pedido negado anteriormente seja reavaliado, tendo em vista que no documento protocolado há um laudo médico.

O advogado Marco Alfredo Mejia informou que o processo segue em sigilo e a defesa não vai passar resultado à imprensa. Os advogados esperam análise ainda esta semana e querem que seja feito um laudo nomeado pela Justiça Federal.

A autorização para que Adelio fizesse o exame foi dada no último dia 19 pelo juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora.

Savino havia negado um primeiro pedido de instauração de incidente de insanidade, por ter avaliado que não existiam nos autos indícios da alegada insanidade do investigado. Por isso, foi facultada à defesa a apresentação de laudo médico particular a fim de embasar novo requerimento de instauração de incidente de insanidade.

Quando houve o primeiro pedido de incidente de insanidade, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou pelo indeferimento. “Como ressaltado pelo MPF, não há laudos, declarações, recibos de honorários ou qualquer outro documento idôneo. Sequer há menção a nomes de profissionais envolvidos ou locais do alegado tratamento”, afirmou o juiz, na ocasião.

O delegado da Polícia Federal Rodrigo Morais, que preside o inquérito que investiga o atentado contra Bolsonaro, afirmou que a polícia concluiu a investigação e apontou que Adelio foi motivado por “inconformismo político”.

“Ficou claro que o motivo realmente era o inconformismo politico do senhor Adelio Bispo em razão de discordar de algumas opiniões políticas e de alguns discursos políticos que o candidato [Jair Bolsonaro] então defendia”, disse Morais em entrevista coletiva na sede da PF, em Brasília.

A conclusão do primeiro inquérito é de que Adelio agiu sozinho no momento do ataque e que a motivação “foi indubitavelmente política”. Um segundo inquérito foi aberto para dar continuidade às apurações.

De acordo com o inquérito, foram verificados mais de 250 gigabytes de informações em mídias, incluindo dados de celulares e do notebook do suspeito, assim como cerca de 600 documentos.

Segundo o documento, a polícia federal ainda teve acesso a mais de 6 mil mensagens instantâneas e 1.060 e-mails, que seguirão sendo analisados no segundo inquérito. Outros seis e-mails e três telefones usados por Adelio devem ser alvo das investigações.

A Polícia Federal concluiu ainda que “houve uma decisão prévia, reflexiva e arquitetada” por parte de Adelio para “atentar contra a vida do candidato”.

Segundo o inquérito, o agressor fotografou locais em que Bolsonaro estaria em Juiz de Fora, como a Câmara Municipal, e também um outdoor que anunciava a presença de Bolsonaro na cidade.

Em outras fotos encontradas no celular de Adelio, “restou evidenciado que esteve acompanhando o presidenciável Jair Messias Bolsonaro durante todo o dia, tendo tido, inclusive, acesso a ao hotel em que estava programado um almoço com empresários”.

Já no computador, a PF encontrou “arquivos relacionados a contatos de pessoas, partidos e organizações afinadas com a ideologia de esquerda”.

De acordo com a polícia, a pena para o crime pelo qual Adelio foi indiciado é de três a dez anos de prisão e, em caso de lesão corporal grave, pode ser aumentada até o dobro.

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