Marina Silva ganhou R$ 1,2 milhões da Odebrecht em 2014

Na delação, Alexandrino Alencar, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, descreveu a reunião como “institucional”

Odebrecht doou oficialmente R$ 1,25 milhão à campanha de Marina Silva (Rede), em 2014, após um encontro da então candidata à Presidência com o herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, em um hotel perto do aeroporto de Guarulhos.

Em acordo de delação premiada, Alexandrino Alencar, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, descreveu a reunião como “institucional”.

“Houve uma conversa de Marcelo com ela, onde foram colocados posicionamentos, valores culturais, não monetários, e estratégias. A partir daí eu fui encarregado de procurar o senhor Álvaro de Souza e nós doamos essa quantia”, disse o delator.

Ele declarou ainda que não houve nenhuma contrapartida para a doação. “O Marcelo não conhecia ela, nem eu. Foi muito mais uma conversa de apresentação.”

Alexandrino disse que, naquele ano, ficou responsável por atuar diretamente nas doações da empreiteira para as campanhas presidenciais de Marina e Dilma Rousseff (PT), que recebeu R$ 7 milhões declarados à Justiça Eleitoral.

As conversas sobre a campanha petista ocorriam entre Alexandrino e o ex-ministro e então tesoureiro Edinho Silva. “Edinho nos procurou e solicitou as doações e nós doamos esse valor”, afirmou.

Questionado sobre a diferença expressiva entre as quantias doadas às candidatas, Alexandrino disse que a empreiteira “tinha um relacionamento mais antigo” com Dilma.

“Pelo timing, pela história toda que aconteceu, porque o candidato, no caso da Marina Silva, até então era Eduardo Campos. E aí teve esse fato. Enquanto isso, as conversas da Dilma já vinham acontecendo. Tinha um relacionamento mais antigo”, disse.

Em outro trecho de seu depoimento, Alexandrino declarou que também pagou “‘vantagens indevidas, não contabilizadas” à campanha de Dilma, em 2014.

Segundo o delator, os repasses foram feitos por intermédio do assessor Manoel Araújo Sobrinho e a pedido de Edinho.

Após suspeitar que estava sendo monitorado pela Polícia Federal, o então tesoureiro da campanha de Dilma teria evitado encontros com o ex-diretor da Odebrecht.

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