Com a multiplicação de ataques terroristas pelo mundo desde a ascensão do Estado Islâmico, em 2014, a frase “Allahu Akbar” ganhou uma popularidade até então impensável. Em geral a mídia a traduz como “Deus é grande”, dando a entender que muçulmanos e cristãos adoram ao mesmo deus e que é uma questão de obediência matar usando o seu nome.
Grandes agências de notícias como a Associated Press e Reuters em geral usam essa tradução, sendo seguidas pela maioria dos jornais e sites de notícias do mundo, incluindo o Brasil. Contudo, para teólogos existe um problema sério por trás disso, que vai muito além da semântica.
Em artigo recente na Charisma, maior revista pentecostal do mundo, o teólogo Caleb Parke listou uma série de motivos por que essa questão deveria ser pensada e debatida. “Nós merecemos a verdade e não uma versão politicamente correta dos fatos”, assegura.
Ele lembra que os terroristas islâmicos sempre gritam “Allahu Akbar” antes de cometer atos de jihad (guerra santa). Essa é uma maneira de garantirem que, se morrerem – como muitas vezes é o caso – suas últimas palavras seriam uma expressão de fé.
Robert Spencer, do site conservador Breitbart, abordou o mesmo tema. Segundo o jornalista cristão, os meios de comunicação rotineiramente distorcem o verdadeiro significado de “Allahu akbar”.
“Seu grito de guerra é mal traduzido pela mídia ocidental como “Deus é grande”. Mas o verdadeiro significado é “Deus é maior”, significando “Meu deus é maior do que o seu deus ou governo”, explica.
Na verdade, essa declaração agressiva confirma que, para o muçulmano praticante, Allah e o Islã são maiores que qualquer outra forma de governo, religião, lei ou ética. Essa é a razão pela qual os jihadistas islâmicos associam o termo com a morte de infiéis.
Spencer lembra também que, segundo os líderes islâmicos, essas palavras seriam capazes de “infligir terror nos corações dos inimigos de Allah”.
Albert Mohler, presidente do Seminário Teológico Batista do Sul, é outro que vem insistindo para que a mídia faça uma diferenciação, lembrando que o livro dos muçulmanos [Alcorão] e o dos cristãos [Bíblia] não descrevem o mesmo deus.
“Os cristãos acreditam em um só Deus. Ele é o Pai que enviou o Filho para nos salvar de nossos pecados”, argumenta.
No Alcorão Alá não tem filho nem se revela pelo Espírito Santo. “Entendendo isso, percebemos que muçulmanos e cristãos não usam somente nomes diferentes para falar sobre Deus. Na realidade, esses diferentes nomes se referem a deuses diferentes”, sublinha.
Essa percepção também é defendida por ex-muçulmanos. Nonie Darwish nasceu numa família islâmica no Egito e viveu metade de sua vida como muçulmana. Hoje, no entanto, ela é uma cristã que se dedica a denunciar os perigos do islamismo.
Ele deixa isso bem claro no título de seu livro mais recente. “Totalmente Diferente: Por que abandonei os valores islâmicos e escolhi os valores bíblicos”.
Um dos pontos principais, na sua opinião, está na diferença do resumo do Novo Testamento em comparação com o Alcorão. “Jesus morreu por nós é bem diferente de ‘Devemos morrer por Allah’”, escreveu.
Darwish acredita que aqueles que traduzem “Allahu Akbar” como “Deus é grande” talvez estejam preocupados em não ofender os muçulmanos. Contudo, assevera, “O Ocidente precisa da verdade, independentemente de quão difícil ela seja difícil de ouvir”.
Artigo original do portal Gospel Prime