O Parlamento da região de Ticino, situada ao sul da Suíça, aprovou uma lei que proíbe mulheres de usarem burca e niqab em lugares públicos. Aquelas que usarem o véu, cobrindo todo o rosto e corpo, poderão pagar multa de até 9 mil euros (quase R$ 36 mil). A decisão vem em um momento de tensão internacional por conta do terrorismo na França.
Ticino é a primeira parte da Suíça a banir a burca.
De acordo com jornais locais, o uso da burca em lugares como shoppings, restaurantes e prédios públicos no região de língua italiana é agora considerado infração penal. A lei se aplica também a turistas que estiverem na região, mas outras formas de cobrir o rosto como máscaras ou capacetes ainda serão aceitas.
Em 2013, houve um referendo em Ticino onde a população poderia votar contra ou a favor da decisão de banir a burca na região. Quase dois terços das pessoas votaram a favor de banir a peça.
O político Giorgio Ghiringhelli, que fez a proposta de votação, afirmou que o resultado iria “mandar uma mensagem aos fundamentalistas” de Ticino e da Suíça. “Aqueles que querem nos integrar são bem-vindos independente de suas religiões. Mas aqueles que rejeitam nossos valores e querem construir uma sociedade paralela baseada em leis religiosas, para substituir nossa sociedade, não são bem-vindos”.
Em 2009 os suíços votaram para banir a construção de novos minaretes. Contudo, a lei para banir burcas em locais públicos foi banida no parlamento suíço em 2012. Há cerca de 40 mil muçulmanos morando na Suíça, o que corresponde a aproximadamente 5% da população local. A lei ecoa em um contexto onde países europeus tomam decisões similares. A França, por exemplo, foi o primeiro país europeu a banir as burcas e outras formas de cobrir o rosto, em 2011. Decisões parecidas foram tomadas na Bélgica e Holanda.