Foram 7 horas de uma sessão tensa e tumultuada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nessa terça-feira (9). A oposição recorreu a todos os instrumentos de obstrução para tentar adiar a leitura do relatório sobre a reforma da Previdência.
Após um pedido de fala negado para a deputada Érika Kokay (PT-DF), parlamentares se aglomeraram em frente à mesa do presidente da comissão, impedindo o andamento da reunião.
Diante da confusão, o deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE) acusou o líder do PSL na casa, deputado delegado Waldir, de portar uma arma no plenário.
O deputado Waldir foi cercado por aliados e saiu da sala. Ao voltar para a comissão, negou estar armado, e alegou que se tratava apenas da capa da arma, mostrando o equipamento aos jornalistas. O deputado delegado Waldir é conhecido por andar com a capa da arma no Congresso.
A confusão obrigou o presidente da CCJ a suspender a sessão por 10 minutos.
Antes do tumulto, as lideranças oposicionistas tentaram evitar a leitura do parecer. O líder do PSOL na comissão, o deputado Ivan Valente, de São Paulo, argumentou que existem outras medidas para resolver o rombo nas contas públicas.
Entre os defensores da proposta, o líder do partido Novo na CCJ, o deputado de Santa Catarina Gilson Marques, defendeu que a reforma da Previdência é a única solução para recuperar as contas públicas.
A Comissão de Constituição e Justiça volta a se reunir na próxima semana para debater e votar o parecer do relator Marcelo Freitas (PSL-MG), que defendeu a admissibilidade, ou seja, a aceitação integral da proposta de reforma da Previdência.