Esta semana será péssima para o Partido dos Trabalhadores, em especial para o ex-presidente Lula.
O juiz Sérgio Moro vai ouvir os depoimentos do publicitário Marcos Valério, na segunda-feira 12. Na terça-feira, o ex-sócio da OAS, Léo Pinheiro, responsável pelas reformas no tríplex do Guarujá e do sítio em Atibaia. A quarta-feira é dia do depoimento de Marcelo Odebrecht.
Lula já é réu na Justiça Federal do DF por obstrução da justiça, já que o ex-senador Delcídio do Amaral afirmou para a Polícia Federal que quem ordenou que ele negociasse o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foram o ex-presidente Lula e a então presidente Dilma Rousseff. Este será o primeiro processo de Lula na condição de réu. O julgamento está previsto para novembro. Além de Lula, também são réus nesta ação o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho, Maurício Bumlai, o ex-assessor de Delcídio Diogo Ferreira e o banqueiro e sócio do UOL André Esteves.
Na primeira audiência, Lula ficará frente a frente com o juiz Vallisney e com integrantes do Ministério Público Federal. A ação penal entra na reta final após esta etapa, e Lula pode terminar condenado não só por obstrução da justiça, mas também por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Dos depoimentos prestados por réus na Lava Jato, já se tem conhecimento do teor das acusações de Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro. No entanto, é o depoimento de Marcos Valério que causa mais temor: Valério está preso desde por conta do escândalo do Mensalão. Condenado a mais de 40 anos de cadeia, Valério está disposto a detalhar qual foi a participação de Lula na Operação Portugal Telecom. Esse acordo endossado por Lula envolve também o Partido Socialista Português e agentes do governo angolano. José Sócrates, ex primeiro-ministro de Portugal está em prisão domiciliar por conta do esquema que segundo autoridades portuguesas, contou com a participação de Lula.
Na semana passada, Teori negou um dos recursos apresentados pela defesa do ex-presidente alegando que eles só pretendiam “embaraçar a investigação da Lava Jato” ao afirmar que Moro não tinha competência para julgar o caso. A defesa também já tentou colocar o juiz em suspeição, além de ter apresentado recursos contra o Ministério Público e protocolado queixa de violação de direitos na Comissão de Direitos Humanos da ONU. Apesar destes recursos, a expectativa é que o petista seja preso até o fim do ano.