O deputado federal Ricardo Izar Jr do PSD havia recebido R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) em doações da empresa JBS-Friboi para sua campanha de reeleição em 2014.
A doação consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a inscrição “Direção Estadual/Distrital” no campo “Doador”. No campo “Doador Originário”, consta o nome da empresa que mais mata animais no mundo, a JBS-Friboi.
Acontece que Izar é presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais no Congresso Nacional (FPDA) e a notícia da possível parceria entre o candidato e a empresa causou espanto na época.
Além da doação feita ao partido PSD pela JBS-Friboi e destinada ao deputado, consta um repasse de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) à campanha do candidato cujo doador originário é a empresa Flora Produtos De Higiene S/A, que é também uma das empresas do grupo JBS S/A.
A equipe de a reportagem entrou em contato com o deputado e o mesmo afirmou por telefone, que recebeu realmente R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) em doações da direção de seu partido, o que era comum em período de eleição na época.
Segundo Izar, o partido não havia informado, no entanto, de onde veio o dinheiro originalmente. Quando soube que os R$ 200.000,00 vieram da JBS-Friboi, Izar decidiu devolver o dinheiro. Ainda segundo o candidato, ele ficou sabendo sobre o doador originário em um sábado. Na manhã da segunda-feira devolveu a quantia à direção do partido.
Sobre os R$ 50.000,00 oriundos da Flora Produtos De Higiene S/A, Izar disse que não sabia que se tratava de uma empresa que também pertencia ao do grupo JBS S/A e que por a devolução do valor seria devolvido ao partido na semana seguinte.
A JBS investiu R$ 361 milhões nas eleições de 2014, valor equivalente à soma das contribuições oficiais das cinco maiores empreiteiras pegas no Petrolão da Lava Jato.
Do total, R$ 115 milhões da JBS foram para o PT, R$ 61 milhões para o PMDB e R$ 56 milhões para o PSDB.
A gigante da carne contribuiu para 162 deputados. Em fevereiro, a CPI do BNDES, que detém 27% do capital do frigorífico, terminou sem que este fosse sequer ouvido.
Dos 27 membros da CPI, 20 haviam sido apoiados pela empresa — cuja holding Meirelles presidiu até virar ministro da Fazenda na época de Michel Temer.
O deputado Jair Bolsonaro, na época pelo PP chegou a receber R$ 200 mil reais na conta repassadas pelo seu partido, mas ele também devolveu tudo quando soube a origem da contribuição.
Com informações do Vista-se