O acordo de paz entre o governo e os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) começa a ser implementado nesta quinta-feira (1º).
O presidente Juan Manuel Santos comemorou a ratificação do pacto, na quarta-feira (30), depois de dois dias de intensos debates no Congresso. Para Santos, hoje é o Dia D – o começo do fim de meio século de enfrentamentos, que mataram mais de 200 mil colombianos e descolocaram de outros 6 milhões.
Ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para negociar o desarmamento da maior guerrilha do país e a mais antiga da América Latina.
Foi um processo que durou quatro anos e quase termina em fracasso. O primeiro pacto, assinado por Santos e o líder das FARC, foi rejeitado em um plebiscito em outubro. Novas negociações resultaram nesta segunda versão, menos tolerante com os rebeldes – mas que mantém a decisão de permitir aos guerrilheiros disputar eleições e ocupar cargos públicos.
A oposição, liderada pelo ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe, queria que o acordo de paz fosse submetido a nova consulta popular. Mas Santos optou por enviar o documento diretamente ao Congresso, onde o governo tem maioria. Ele disse que qualquer demora colocaria a paz em risco.
A partir de hoje, os 7 mil membros das Farc têm até 150 dias para entregar as armas às Nações Unidas.
O acordo de paz colombiano foi mediado pelo governo cubano, que continua de luto pela morte do líder revolucionário, Fidel Castro.