As autoridades americanas fecharam uma passagem de fronteira com o México no sul da Califórnia neste domingo (25/11), depois que centenas de migrantes tentaram ultrapassar uma cerca na cidade mexicana de Tijuana.
Antes de suspender as passagens de pedestres, o serviço de alfândega e proteção de fronteiras americano CBP anunciara o fechamento dos acessos de veículos norte e sul em de San Ysidro, que liga a Tijuana e San Diego, nos Estados Unidos.
Um grupo de migrantes da caravana centro-americana que avançava em direção à passagem de San Ysidro desviou da rota prevista para tentar atravessar o muro entre os países por outros pontos. A patrulha de fronteira usou gás lacrimogêneo para evitar a ação.
“Eles pararam uns amigos que iam pular [o muro] e atiraram uma bomba na gente. E um americano fazia sinais de que ia nos matar”, contou Alexis, um migrante hondurenho integrante da caravana.
O incidente ocorre três dias após o presidente Donald Trump ter anunciado que fecharia “toda a fronteira” com o México, se “chegar a um ponto onde vamos perder controle e as pessoas vão começar a se machucar”. O republicano já mobilizou mais de 9 mil soldados para assistirem o CBP na fronteira sul dos EUA.
Ações desesperadas
Centenas de migrantes passaram por um bloqueio da Polícia Federal mexicana com a meta de chegar ao posto de El Chaparral, na fronteira de Tijuana. Um grupo de cerca de 50 escalou a primeira cerca da fronteira que separa ambos os países, mas a recuou quando a polícia americana usou gás lacrimogêneo. Apesar das tentativas, até o momento nenhum membro da caravana conseguiu pisar território americano.
O contingente centro-americano, que se dispersou por vários pontos do muro, pertencia a um grupo inicial que buscava chegar pacificamente ao posto de controle neste domingo. Posteriormente, alguns integrantes começaram a correr rumo ao canal do rio Tijuana, muito próximo à passagem da fronteira de San Ysidro, e pegaram os agentes federais de surpresa.
Em poucos minutos, chegaram à área de El Chaparral, onde havia pouca presença das forças de segurança. Depois de correrem alguns quilômetros, alcançaram o portão da fronteira e as instalações mexicanas da alfândega, onde normalmente há guardas.
Muitos dos migrantes já tinham se dispersado desse ponto de entrada do território americano, que foi fechado pelo governo dos EUA, e passaram a buscar outros pontos para chegarem ao país vizinho.