Frances Haugen, ex-gerente de produtos do Facebook, revelou ao programa ’60 Minutes’, da CBS News, que foi ela a responsável por apresentar uma série de denúncias sobre as práticas da rede social.
As declarações ocorreram neste domingo (3) e, segundo Haugen, os documentos repassados embasaram reportagens do ‘Wall Street Journal’ que mostraram, entre outras coisas, que há uma política de proteção de celebridades — que não precisam respeitar as regras internas.
“Eu vi repetidamente conflitos de interesses entre aquilo que era bom para o público e o que era bom para o Facebook. E, todas as vezes, o Facebook escolheu só o que era melhor para ele e para seus lucros”, relatou.
Conforme a ex-funcionária, a rede social fundada por Mark Zuckerberg a todo momento olhou para os “lucros acima da segurança” dos usuários e do público em geral. Ela disse, inclusive, que trabalhou em outras redes sociais, mas que a conduta do Facebook foi a pior de todas.
“Em um certo momento em 2021, eu percebi que precisava agir de maneira sistemática e que eu precisava ter muitos documentos de maneira que ninguém pudesse colocar em dúvida que isso era real”, relatou à CBS News.
Contratada em 2019, Frances Haugen deixou a empresa em outubro deste ano.
“O Facebook viu que, se mudasse o algoritmo para algo que seja mais seguro, as pessoas passarão menos tempo no site, vão clicar menos em anúncios e vão gerar menos dinheiro. Ele ganha mais dinheiro quando você consome mais conteúdo e as pessoas gostam de se envolver com coisas que provocam uma reação emocional. E, quanto mais raiva você sentir, mais vai interagir e consumir”, acrescentou.
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