Hospitais públicos do estado e da capital retomam cirurgias eletivas

Depois de quase dois anos dedicados a combater a pandemia da covid-19, o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) retorna com cirurgias cardíacas eletivas em crianças e adultos, que haviam sido suspensas por causa da pandemia de covid-19. Serão retomados os transplantes cardíacos mais complexos, interrompidos há 14 anos, além de cirurgias ortopédicas e neurocirúrgicas. A informção é do diretor do Hupe, Ronaldo Damião.

“É um hospital com 450 leitos, que atende a todo o estado do Rio de Janeiro. Com muito prazer, presto essa informação, como diretor do hospital universitário, que forma recursos humanos – médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas – toda a equipe de médicos que trabalham para preservar a saúde da população do estado”, disse Damião.

A ação que beneficia adultos e crianças ocorre no momento de ampliação nas áreas de cirurgia, diagnóstico e cuidados paliativos da unidade de saúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Foram adquiridos novos equipamentos e restruturados espaços, em função dos investimentos realizados nos últimos dois anos. 

“O Hupe é um centro de excelência na área de saúde, sendo referência numa série de especialidades. Por isso, estamos investindo maciçamente tanto em infraestrutura quanto em novos aparelhos, de forma a poder melhor atender a população do estado do Rio de Janeiro”, disse o reitor da Uerj, Ricardo Lodi.

Transplantes

Embora o Hupe tenha deixado de realizar transplantes de coração por 14 anos, o hospital continua sendo uma das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar o procedimento também em rins, córneas e medulas, que já estão ocorrendo. Os transplantes de córnea, inclusive, foram retomados em julho de 2021.

Com a retomada, os pacientes com insuficiência cardíaca grave, que não tinham opção cirúrgica, terão como entrar na fila do Programa Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES) para aguardar o recebimento de um órgão compatível.

Ronaldo Damião assegurou que o Hupe está se preparando para os desafios, investindo no diagnóstico e no tratamento clínico e cirúrgico dos pacientes. “E pretendemos ampliar ainda mais os transplantes para realizarmos também os de fígado e de pulmão.”.

Cirurgias cardíacas

Os investimentos no Hupe vão possibilitar o aumento na quantidade de cirurgias cardíacas, em razão das melhorias estruturais efetuadas nos Centros de Tratamento Intensivo (CTIs), incluindo compra de monitores de última geração e respiradores para todos os pacientes. A meta é elevar o número de adultos atendidos de 500 para 800 por ano.

Foram reativadas também as cirurgias cardíacas em crianças e bebês. Entre os pacientes a serem beneficiados, estão os do Núcleo Perinatal do Hupe, referência em gravidez de alto risco no Rio de Janeiro, com grande demanda para intervenções simples e complexas. “Nós buscamos a valorização da vida; por isso a preocupação em aplicar na saúde, no cuidado com o outro, porque a Uerj muda a vida das pessoas”, afiançou o reitor, Ricardo Lodi.

UFRJ

Mesmo com o cenário de pandemia, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), manteve sua rotina de cirurgias eletivas, bem como a de atendimentos ambulatoriais. São cerca de 20 cirurgias realizadas por dia e 800 consultas. “Nossas cirurgias não estavam suspensas”, informou o hospital à Agência Brasil, por meio de sua assessoria de imprensa.

Referência no tratamento de doenças do fígado, o HUCFF não parou os transplantes dessa grande glândula do corpo humano por causa da pandemia. Está em andamento, inclusive, o pedido de credenciamento, por meio do sistema nacional de transplantes, para inclusão da unidade hospitalar da UFRJ no fluxo regular de transplantes da rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Uma equipe integrada por 33 profissionais vai coordenar todas as etapas necessárias no fluxo de pacientes para transplante.

Em março de 2021, o HUCFF voltou a realizar cirurgias de transplante renal intervivos, isto é, com doador vivo, que estavam suspensas em função da pandemia, para evitar disseminação da doença. No mês seguinte, foram retomadas as cirurgias de transplante de córneas.

Hospitais públicos e universitários

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro, por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), revogou, no dia 10 deste mês, a deliberação que suspendia os procedimentos cirúrgicos eletivos nos hospitais gerais públicos e universitários. A medida foi publicada no Diário Oficial estadual.

A SES esclareceu também que cirurgias eletivas são procedimentos cirúrgicos programados, não considerados de urgência, e agendados entre paciente, médico e unidade de saúde conforme a ocasião mais propícia. As cirurgias de urgência, emergência e de pacientes com alta complexidade, como os oncológicos, não foram suspensas, informou o órgão, por meio de sua assessoria de imprensa.

Município

As cirurgias eletivas já foram retomadas também na capital no dia 7, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. “Os procedimentos estão sendo reagendados conforme gravidade dos casos e posição na fila”, revelou o órgão.

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