por Roger Scar
Ao pesquisar na internet sobre o performista Wagner Schwartz, o sujeito que ficou nu e foi tocado por crianças em uma exposição pedófila no Museu de Arte Moderna, me deparei com uma coincidência um tanto esquisita: Wagner teria um irmão que trabalha na prefeitura de Uberlândia, em Minas Gerais.
Li uma entrevista feita pelo site Conectedance. Nela o performista se refere a um irmão chamado Walber, que trabalha e mora em Uberlândia. Na entrevista, datada de 2015, Wagner disse: “Minha família nunca teve condições financeiras para me mandar estudar fora. Meu irmão tinha conseguido um emprego em Uberlândia e pensei: “lá o Walber pode me ajudar”.” (Leia aqui)
Eis que decidi procurar pelo tal Walber. Encontrei um sujeito que trabalha como Coordenador de Inovação na Secretaria do Desenvolvimento de Uberlândia. No entanto, pelo que pude descobrir parece que este é um emprego recente de Walber. Isso pode ser conferido na página dele no Facebook:
No perfil de Walber pude constatar, ainda, que ele tem Wagner Schwartz como contato, o que começou a me fazer questionar se tudo era apenas coincidência ou se eram mesmo irmãos. Aparentemente minha suspeita inicial estava correta.
Ainda assim não me dei por satisfeito. Pensei que poderia ser mera coincidência. Fui então procurar mais informações e achei, no site Jus Brasil, uma menção aos dois irmãos em um caso de inventário. No processo, ambos são citados no processo de espólio de Ruy Chuarte como herdeiros. No processo, o nome completo de ambos aparece, como você pode conferir logo abaixo:
Ao pesquisar, constatei que os nomes são os mesmos e que todas as informações constantes na Wikipedia, no Tribunal Superior Eleitoral e no Escavador são condizentes com os irmãos. De fato, comprovei que são as mesmas pessoas. Mais do que isso, foi quando descobri que Walber pertence ao LIVRES-PSL e que chegou a ser candidato a vereador no ano passado.
Foi neste instante que me dei conta de algo surpreendente: O LIVRES-PSL não havia, até o momento, se manifestado sobre o caso da exposição do Museu de Arte Moderna. Fui até a página do grupo no Facebook e constatei que não houve nenhuma menção ao caso que abalou o país desde a última quinta-feira.
Recentemente, no caso da exposição Queermuseu, diversos integrantes do Livres (dentre eles Fábio Ostermann) ficaram contra aqueles que criticaram o evento. Ostermann chegou a tecer críticas contra o MBL e outros grupos que atacaram a absurda exposição do Santander Cultural. No entanto, diante do caso do MAM, nenhuma nota. Estranho, não é?
Já fui integrante do Livres-PSL, ainda sou filiado ao PSL (por pura preguiça de ir até o TRE pedir a desfiliação). Por conta disso tenho muitos contatos e até amigos que ainda participam do movimento, de modo que fui questioná-los sobre o caso. Foi então que descobri algo muito grave.
Segundo um dos amigos que contatei, houve pressão interna por parte de diversos integrantes para que a direção nacional do Livres tomasse uma posição clara. Alguns até teriam ameaçado se desfiliar do partido caso o grupo não se manifestasse publicamente até segunda-feira. Fui verificar algumas das páginas pessoais dos integrantes do grupo, descobri que um deles, dentre os mais conhecidos, chegou a se manifestar publicamente repudiando a exposição, o que comprova o relato dos amigos que contatei.
Rodrigo Saraiva Marinho, que também foi candidato pelo LIVRES, fez a seguinte postagem em sua página pessoal no Facebook:
O LIVRES, entretanto, não se manifestou. Procurei incansavelmente nas páginas do grupo e não encontrei nenhuma nota oficial. Absolutamente nenhum comentário sobre o caso desde quinta-feira.
De forma curiosa e até suspeita, o grupo de prospecção do Livres de Santa Catarina me contatou por e-mail justamente neste fim de semana, respondendo a um e-mail que enviei no início do ano passado. De lá para cá eu já participei do grupo e até o liderei em Joinville por um curto período. Saí no começo deste ano justamente por conta de casos como este, em que o grupo preferiu passar pano para práticas esquerdistas e agenda de gênero. Minha resposta foi a seguinte:
Minha resposta foi direcionada ao Alexandre Paiva, que é coordenador estadual do grupo. Ele também se manifestou contra a exposição em seu perfil pessoal no Facebook, o que mais uma vez sustenta a tese de que a direção nacional do grupo negligenciou o pedido de diversos membros e se calou diante de um caso polêmico e relevante como este.
É impossível determinar se Walber Schwartz tem alguma responsabilidade pelos feitos do irmão. Tendo a pensar que não. Mas o fato que permanece é que o Livres se silenciou diante do assunto e isso pode perfeitamente ter a ver com o fato de que um dos membros do partido é irmão do “artista” da exposição pedófila.