Mônica Moura contou, em delação, que Lula se empenhou “pessoalmente” em resolver o pagamento via caixa 2 das dívidas da campanha do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo em 2012.
Segundo a marqueteira, a campanha do petista custou ao todo R$ 50 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram pagos de forma oficial pelo PT e R$ 20 milhões por meio de caixa 2.
Parte dessa grana – que não foi contabilizada – era para ter sido paga pelo PT (R$ 5 milhões) e pela Odebrecht (R$ 15 milhões). A empresária disse que a empreiteira pagou sua parte, mas o PT não.
A dívida do PT teria sido, então, paga pelo empresário Eike Batista, a pedido do ex-presidente Lula.
“A Odebrecht honrou os compromissos. (…) Ficou mais uma vez pelo PT, que não pagou a parte combinada em dinheiro. Dessa vez, acho que o PT não pagou parte combinada em dinheiro nenhuma. Ficou protelando, protelando, protelando, protelando e não pagou. Recebi, então, na verdade, todo o dinheiro por dentro e todo dinheiro da Odebrecht.
E a dívida rolou para 2013”, declarou a empresária no depoimento.
Ela disse que em 2013, Vaccari a chamou e disse que Lula “tinha mandado resolver o problema da dívida”.
“Então o Vaccari me chama um dia lá no Instituto Lula e diz: o presidente Lula está empenhado em pagar essa dívida. Não se preocupem, porque ele já conseguiu resolver. E que um empresário amigo deles ia pagar essa dívida”, conta.
Nome do empresário: Eike. O pagamento teria sido feito por meio de uma transferência de uma empresa dele no Panamá para uma conta do casal na Suíça.
Ela disse que chegou a cobrar Haddad pessoalmente por várias vezes, mas o ex-prefeito sempre se esquivava.
Mônica contou que o ex-prefeito de São Paulo sabia que se de caixa 2.
“O Haddad não participava muito. Da negociação, nunca participou. Durante a campanha, como houve muito atraso, a gente falava com ele. Aí eu falava abertamente com ele, que está atrasando. Ficava claro que era dinheiro por fora”.
“Ele mandava procurar o Vaccari. Tanto é que depois que acabou a campanha, ele já prefeito, e com essa dívida, não eu, mas Vaccari me dizia: pô, eu converso com o Haddad, e ele faz de conta que não tem a ver com isso.
Ele (Vaccari) dizia: pô, ele agora é prefeito, era fácil de ele conseguir alguma empresa que pagasse isso para vocês, mas ele tira o corpo fora como se não fosse com ele. Então, o Haddad meio que fazia, sabe, o João-Sem-Braço”, disse a empresária.
Tudo só teria sido solucionado após João Santana falar com Lula.
“O João dizia para ele que a situação estava dramática, que estava se acumulando dívidas, que estava se criando quase uma central de dívidas com a gente. Tanto é que não achei estranho quando Vaccari me disse que o presidente Lula se empenhou pessoalmente em resolver esse problema e que um empresário amigo dele ia resolver a dívida”, disse.
As informações são da Jovem Pan.