Marcelo Odebrecht está prestes a depor sobre Lula. Pode ser o fim do molusco!

Assim que o acordo de Marcelo Odebrecht for homologado, o juiz Sérgio Moro poderá convoca-lo para depor sobre o ex-presidente Lula.

Isso deve acontecer em breve, provavelmente no primeiro trimestre de 2017, e pode ser o fim do molusco.

“Marcelo Odebrecht cedeu. O herdeiro da maior construtora do país fechou um acordo para fazer delação premiada e começou a depor para a força-tarefa da Lava-Jato ainda antes da Xepa, a 26ª fase da operação, deflagrada nesta terça-feira.”

A informação é do Radar de VEJA.

Imagino que as delações da secretária Maria Lúcia Tavares, da mulher de João Santana, Monica Moura, e do senador Delcídio do Amaral foram decisivas para Marcelo entender que, se não falasse agora, poderia não sobrar mais o que contar.

Sua primeira condenação já saiu, o setor de propinas da Odebrecht foi escancarado, o PT está mais encurralado do que nunca, Lula prestes a ser preso, Dilma a ser “impichada”: se Marcelo esperasse, viraria o eterno anfitrião da cadeia.

Este blog torce para que ele, sem blindar ninguém, esclareça sobretudo os pagamentos das despesas de campanhas petistas, incluindo a de Dilma (conforme disse Delcídio), das reformas de imóveis no Brasil e das supostas palestras no exterior de Lula, o suposto tráfico internacional de influência do “Brahma”, além da corrupção nas obras de estádios da Copa.

Corra, Lula, corra! Chegou a hora de o “príncipe” entregar o “chefe”.

Segue a nota da empresa, que liberou todos os executivos para fechar delação:

As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato.

A empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias em suas práticas, vem mantendo contato com as autoridades com o objetivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adotada em dezembro junto à Controladoria Geral da União.

Esperamos que os esclarecimentos da colaboração contribuam significativamente com a Justiça brasileira e com a construção de um Brasil melhor.

Na mesma direção, seguimos aperfeiçoando nosso sistema de conformidade e nosso modelo de governança; estamos em processo avançado de adesão ao Pacto Global, da ONU, que visa mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores reconhecidos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção; estabelecemos metas de conformidade para que nossos negócios se enquadrarem como Empresa Pró-Ética (da CGU), iniciativa que incentiva as empresas a implantarem medidas de prevenção e combate à corrupção e outros tipos de fraudes. Vamos, também, adotar novas práticas de relacionamento com a esfera pública.

Apesar de todas as dificuldades e da consciência de não termos responsabilidade dominante sobre os fatos apurados na Operação Lava Jato – que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país – seguimos acreditando no Brasil.

Ao contribuir com o aprimoramento do contexto institucional, a Odebrecht olha para si e procura evoluir, mirando o futuro. Entendemos nossa responsabilidade social e econômica, e iremos cumprir nossos contratos e manter seus investimentos. Assim, poderemos preservar os empregos diretos e indiretos que geramos e prosseguir no papel de agente econômico relevante, de forma responsável e sustentável.

Em respeito aos nossos mais de 130 mil integrantes, alguns deles tantas vezes injustamente retratados, às suas famílias, aos nossos clientes, às comunidades em que atuamos, aos nossos parceiros e à sociedade em geral, manifestamos nosso compromisso com o país. São 72 anos de história e sabemos que temos que avançar por meio de ações práticas, do diálogo e da transparência.

Nosso compromisso é o de evoluir com o Brasil e para o Brasil.

(Detalhe pitoresco: apesar de “não termos responsabilidade dominante”, ou seja: responsabilidade têm, só não é dominante. Cabe aos executivos da empresa apontar quem dominava, então.)

Felipe Moura Brasil

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