Os chanceleres da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, países integrantes do Mercosul, exigiram hoje (1º), em declaração conjunta, que o governo da Venezuela adote medidas concretas para restabelecer a separação dos poderes, o respeito ao cronograma eleitoral e a garantia aos direitos humanos.
Os ministros das Relações Exteriores Rodolfo Nin Novoa (Uruguai), Eladio Loizaga (Paraguai) , Aloysio Nunes (Brasil) e Susana Malcorra (Argentina) se reuniram em Buenos Aires para analisar de forma “urgente” a situação institucional da Venezuela.
A reunião foi convocada esta ontem (31), em reação à decisão da Corte Suprema de Justiça da Venezuela de emitir sentença que limitava os poderes do Parlamento e a imunidade dos deputados venezuelanos. A declaração dos países do Mercosul, no entanto, ocorreu poucas horas depois de a Corte ter revogado sua decisão.
Em entrevista à imprensa, a chanceler Argentina leu a declaração conjunta que, entre outros pontos, reafirmou os princípios da Cláusula Democrática do Mercosul e reiterou solidariedade com a Venezuela pela crise política, social, institucional e de abastecimento que o país vem enfrentando.
TSE brasileiro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil emitiu nota hoje (1º) de repúdio às decisões do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela. No documento, publicado antes de a Justiça daquele país reverter sua decisão que tirava os poderes do Parlamento, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, afirma que essas sentenças “constituem claro rompimento da ordem constitucional, atentando contra a democracia representativa, a separação e a independência dos poderes”.
Para o ministro, a intervenção no poder legislativo e o adiamento das eleições são fatos graves para o Estado de Direito. Mendes se une ao coro internacional e pede à Venezuela que o país “avance na aplicação de medidas concretas, em diálogo efetivo e de boa fé com a oposição, para inverter o rumo da crise e restabelecer a normalidade institucional”.
Na nota, Mendes informa que transmitiu diretamente à autoridade competente venezuelana pedido para que se “determine, o quanto antes, um calendário eleitoral que inclua as eleições postergadas”.
*Com Agências Télam e EFE.
Edição: Lidia Neves