Um gato de estimação fez parte, durante sete meses, da lista de beneficiários do Bolsa Família em Antônio João (300 km de Campo Grande), Mato Grosso do Sul.
O animal, chamado Billy, foi inscrito com nome, sobrenome e data de nascimento por seu dono, Eurico Siqueira da Rosa, coordenador local do programa do governo.
Billy tinha número de identificação social, cartão magnético e vinha recebendo todo mês o benefício do governo federal como complementação de renda.
A fraude foi descoberta durante a visita de um agente de saúde à casa do suposto beneficiário.
Recebido pela mulher do coordenador, o agente quis saber por qual motivo a criança Billy Flores da Rosa não havia sido levada para fazer a medição e a pesagem, exigidas para os cadastrados no programa.
A mulher estranhou a pergunta: “Mas o único Billy aqui é o meu gatinho”. O agente relatou o diálogo à prefeitura, que abriu sindicância e exonerou o coordenador do programa.
“Convocamos testemunhas e exigimos que o coordenador comprovasse a existência da suposta criança que ele cadastrou”, disse a secretária de Assistência Social do município, Neuza Carrillo.
Segundo a secretária de Trabalho, quando foi descoberto, o coordenador tentou, mas não conseguiu, alterar o nome de Billy no cadastro para “Brendo”, nome que remeteria a “Breno”, um suposto filho de Eurico Rosa.
O coordenador foi exonerado do cargo e respondeu processo.