“O que nós falamos não é verdade”, avisaram nesta terça-feira (5/9) os executivos da JBS que assinaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
Eles se referem a conversas entre eles em que mencionam o procurador-geral, Rodrigo Janot, e ministros do Supremo Tribunal Federal. “Pedimos as mais sinceras desculpas por este ato desrespeitoso e vergonhoso e reiteramos o nosso mais profundo respeito aos ministros e ministras do Supremo Tribunal Federal, ao procurador-geral da República e a todos os membros do Ministério Público.”
As desculpas foram pedidas em nota enviada nesta terça à imprensa, depois que Janot instaurou inquérito para investigar as relações entre os executivos da JBS e o ex-procurador Marcelo Miller.
O objetivo, segundo o procurador-geral, é apurar se é o caso de suspender os benefícios concedidos aos executivos da empresa, já que Joesley Batista, dono da JBS, e Ricardo Saud, lobista da empresa, aparentam ter combinado com Miller, enquanto ele estava no Ministério Público Federal, como convencer Janot a aceitar a proposta de acordo.
Leia a nota:
A todos que tomaram conhecimento da nossa conversa, por meio de áudio por nós entregue à PGR, em cumprimento ao nosso acordo de colaboração, esclarecemos que as referências feitas por nós ao Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República e aos Excelentíssimos Senhores e Senhoras Ministros do Supremo Tribunal Federal não guardam nenhuma conexão com a verdade.
Não temos conhecimento de nenhum ato ilícito cometido por nenhuma dessas autoridades. O que nós falamos não é verdade, pedimos as mais sinceras desculpas por este ato desrespeitoso e vergonhoso e reiteramos o nosso mais profundo respeito aos Ministros e Ministras do Supremo Tribunal Federal, ao Procurador-Geral da República e a todos os membros do Ministério Público.