A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Tocantins deflagrou hoje (28) uma operação para apurar um suposto esquema criminoso contra a administração pública no estado.
A PF diz que já tem indícios de que os suspeitos movimentaram mais de R$ 200 milhões e que parte do dinheiro foi regularizada através da ocultação em meio ao patrimônio de parentes do governador Marcelo Miranda, investigados na chamada Operação Rei do Gado.
A investigação apontou fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de parentes e de pessoas de confiança de Miranda. Segundo a PF, o dinheiro era ocultado por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre as quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado.
Os investigadores sustentam que parte do valor foi destinada à formação de caixa 2 para campanhas feitas no Estado.
As quantias envolvidas em algumas das transações financeiras chamaram a atenção das autoridades. Em um dos casos foi identificado um contrato de compra de gado cujo valor envolvido, segundo a perícia, seria suficiente para a compra de um rebanho que não caberia sequer dentro da propriedade.
Essa técnica foi apelidada pelos investigadores de Gados de Papel. As autoridades também investigam um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) expediu oito mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína, no Tocantins, em Goiânia, Brasília, Caraguatatuba (SP), e Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia, no Pará. Confirmadas as suspeitas, os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes em licitação e organização criminosa.
O nome da operação, Rei do Gado, foi dado em razão dos principais investigados serem grandes pecuaristas no Estado do Pará, e do fato de o gado ser a destinação de grande parte do dinheiro desviado, operação em que se operava verdadeira lavagem de dinheiro.
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de comunicação do governo de Tocantins, mas ainda não recebeu nenhuma informação.