O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) reduziu nesta quarta-feira a pena do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci a nove anos e 10 dias de prisão, a metade da condenação inicial, a serem cumpridos em prisão domiciliar, aceitando assim os termos do acordo de delação premiada assinado entre o ex-ministro e a Polícia Federal.
A maior parte da delação de Palocci permanece sob sigilo. No entanto, do que se conhece da parte que perdeu o sigilo por determinação do ex-juiz Sergio Moro, agora ministro da Justiça indicado para o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, durante as eleições presidenciais, Palocci admitiu ser uma espécie de gerente de uma conta de propinas que o PT manteria no exterior com a empreiteira Odebrecht.
Na sua delação, Palocci afirmou, por exemplo, que 1,4 bilhão de reais nas eleições da ex-presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014 –as declarações oficiais somam 508 milhões. A diferença seriam de recurso ilícitos.
A 8ª Turma chegou a aumentar a pena de Palocci dos 12 anos e dois meses em regime fechado, determinados inicialmente por Moro, para 18 anos, mas a pena foi reduzida à metade por conta do acordo de delação. Palocci, que já está preso há dois anos e três meses, cumprirá o restante em casa com tornozeleira eletrônica e tudo indica que ele resolveu falar tudo e muito mais.
Informações recentes do O Antagonista relatam que as novas delações do ex-ministro petista contém trechos que devem atingir Dilma Rousseff em cheio.
“As informações que circulam entre investigadores e advogados preocupam integrantes do PT que acompanham o assunto de perto.
Há o temor de que ela seja alvo de alguma medida cautelar mais drástica”, ou seja, parece que a qualquer momento a Polícia Federal pode aparecer cedo da manhã na casa da pior presidente que o Brasil já teve.
O conteúdo das delações é secreto até o momento.