Por Nonie Darwish – Tradução de Khadija bint Kafir *
Recentemente, um líder religioso do Paquistão, Pizarda Muhammad Raza Saqib Mustafai, disse: “Quando os judeus forem eliminados … o sol da paz [vai] começar a subir em todo o mundo.”
A mesma pregação é rotineiramente feita não só por clérigos, mas por políticos – no Irã, Arábia Saudita, Egito e em outros lugares.
Isto não é apenas coisa de Ahmedinijad; está no coração da teologia islâmica dizer que a paz mundial só será estabelecida quando todos os judeus forem eliminados da face da terra. Mas poucas pessoas na mídia ocidental estão alarmadas com este tipo de retórica ou se importam em expor esse terrível lado escuro da obsessão islâmica a respeito do ódio aos judeus.
Eu não acredito que uma pessoa tenha que ser uma autoridade em comportamento humano ou em pensamento grupal para descobrir a patologia óbvia no ódio islâmico. É a hora de descobrir e expor essa atrocidade contra o povo judeu. Devemos isso à humanidade e à verdade.
Nenhum muçulmano verdadeiro consegue ver que tamanho ódio é impróprio e profano para uma religião mundial e que a credibilidade do Islã é manchada por isso. A nenhum muçulmano é permitido ir longe o suficiente para autoanalisar ou perguntar por que isso.
Os muçulmanos defendem o ódio aos judeus, afirmando que eles traíram Maomé e, portanto, merecem este tipo de tratamento. Mesmo quando eu era muçulmana, eu acreditava que a história unilateral contra os judeus pelo Islã era suficiente para justificar toda a matança, todo o terror, mentiras e propaganda por líderes islâmicos contra esse povo. Para o muçulmano médio, xingar rotineiramente os judeus em mesquitas o faz sentir-se normal e até santo!
Depois de muita reflexão, análise, pesquisa e escrita, eu descobri que o ódio contra judeus no Islã é uma base essencial para o sistema da crença islâmica do qual os muçulmanos não conseguem se livrar.
O ódio contra os judeus mascara um problema existencial da fé. O Islã vive aterrorizado com os judeus, e o inimigo número um do Islã é a verdade, que deve ser constantemente coberta a qualquer custo.
Não importa quantos muçulmanos homens, mulheres e crianças morram no processo de salvar a reputação do Islã, pois o dever número um dos muçulmanos é proteger a reputação da religião e do profeta. Mas por que uma religião iria impor um fardo tão pesado a seus seguidores? Eis o porquê:
Quando Maomé embarcou em sua missão de difundir o Islamismo, o seu objetivo era criar uma religião exclusivamente árabe, uma que fosse criada por um profeta árabe, que refletisse os valores e a cultura árabes. No entanto, para obter legitimidade, ele teve que vinculá-lo às duas religiões abraamicas anteriores, o judaísmo e o cristianismo.
Ele esperava que as tribos judaicas que viviam na Arábia o declarassem como o seu Messias e, assim, trazer-lhe maior legitimidade junto aos árabes, especialmente com sua própria tribo, em Meca, os coraixitas. Porque sua própria tribo o havia rejeitado e ridicularizado, Maomé necessitava a aprovação dos judeus, a quem chamou o “Povo do Livro”. Mas a conversão dos judeus ao Islã tinha que fazer parte do cenário que Maomé devia realizar, a fim de provar que o povo de Meca tinha cometido um erro ao rejeitá-lo.
Essa foi uma das razões pala qual Maomé optou por migrar para Medina, uma cidade que tinha sido predominantemente colonizada por tribos judaicas e alguns árabes empobrecidos que viviam em torno dos judeus. Os judeus permitiram que Maomé se mudasse. No início, o Corão escrito em Meca estava cheio de elogios para os judeus, que foram, então, descritos como “orientação e luz” (surata 5:44) e um povo “justo” (surata 6: 153- 154), que “destacou as nações” (surata 45:16).
Mas quando os judeus rejeitaram o apaziguamento e se recusam a se converter ao Islã, Maomé simplesmente tirou o corpo fora. O Alcorão mudou de amor para ameaças e, em seguida, puro ódio, xingando, e mandando matar judeus. A rejeição por parte deles se tornou uma obsessão intolerável para Maomé.
Não só os judeus o rejeitaram, mas a sua prosperidade deixava Maomé extremamente invejoso. As tribos árabes judaicas ganhavam a vida com negócios legítimos e bem-sucedidos, mas Maomé ganhava a vida e a riqueza através da guerra, atacando tribos árabes – algumas das quais eram de sua própria linhagem – e caravanas de comércio, se aproveitando da riqueza e propriedade delas.
Isso não parecia bom para um homem que alegava ser um profeta de Deus. A mera existência dos judeus fazia Maomé parecer mau, o que levou a um indizível massacre: a decapitação de 600 a 900 homens judeus de uma tribo, fazendo de suas mulheres e crianças seus escravos.
Maomé teve a primeira de suas escravas sexuais, uma mulher judia muito bonita (chamava-se Juwairiyah). Todo esse massacre inútil dos judeus foi cuidadosamente documentado em livros islâmicos sobre a vida de Maomé – não como algo de que se envergonhar – mas como comportamento justificado contra pessoas más.
Uma pessoa não precisa ser psiquiatra para enxergar o óbvio: que Maomé ficou um homem atormentado após o massacre que orquestrou e forçou seus lutadores a se comprometerem a fortalecer e enriquecer a si mesmos e a sua religião.
Para reduzir o seu tormento, ele precisava de todos ao seu redor, bem como as gerações futuras, para participar do genocídio contra os judeus, as únicas pessoas sobre quem ele não exercia controle. Um enorme número de versículos do Corão incentiva os maometanos a lutar, matar, e amaldiçoar.
O Alcorão é cheio de promessas de todos os tipos de prazer no céu para aqueles que seguiram a farra; e maldições e condenação para aqueles que optarem por fugir da luta. Os muçulmanos eram encorajados a não sentirem hesitação ou culpa pelo genocídio, porque não foram eles que fizeram isso, mas sim “a mão de Deus” (surata 8:17).
Maomé nunca superou sua raiva, humilhação e rejeição por parte do “Povo do Livro” e foi para o túmulo atormentado e obcecado por alguns judeus ainda estarem vivos.
Em seu leito de morte, Maomé confiou aos muçulmanos a missão de matarem os judeus onde quer que eles fossem encontrados, o que fez isso um “santo mandamento” que nenhum muçulmano pode rejeitar.
Os muçulmanos que escreveram a Sharia entendiam como Maomé era extremamente sensível a críticas, e por isso criticar Maomé se tornou o maior crime no Islã, que nunca será perdoado ainda que o agressor se arrependa.
A mensagem de Maomé em seu leito de morte não foi para seus seguidores lutarem pela santidade, paz, bondade e tratarem o próximo como a si mesmo, mas sim um mandamento para os muçulmanos continuarem a matança e o genocídio contra os judeus. Matar assim se tornou um ato sagrado de obediência a Maomé e ao próprio Alá.
Maomé retratou-se como vítima dos judeus e os muçulmanos devem vingá-lo até o dia do julgamento. Com todo o poder árabe, dinheiro e influência em todo o mundo de hoje, eles continuam a retratar-se como vítimas.
A Sharia – transformada em lei – estabelece que todo muçulmano defenda a honra de Maomé e do Islã com seu próprio sangue, e permite a violação de diversos mandamentos, se isso for para o benefício de defender o Islã e Maomé. Assim, os muçulmanos estão carregando um enorme fardo, um santo fardo: defender Maomé com o seu sangue; e ao fazer isso, estão autorizados a matar, mentir, trapacear, caluniar e enganar.
Maomé deve ter sentido uma profunda e extrema vergonha depois do que fez com os judeus, e, portanto, uma boa razão tinha que ser encontrada para explicar seu genocídio. Ao ordenar aos muçulmanos que continuassem por ele, mesmo depois de sua morte, Maomé expandiu a vergonha para cobrir todos os muçulmanos e o próprio Islã.
A todos os muçulmanos é ordenado seguir o exemplo do profeta e perseguir os judeus onde quer que eles fossem encontrados. Cem anos após a morte de Maomé, os árabes ocuparam Jerusalém e construíram a mesquita Al-Aqsa bem em cima das ruínas do templo judaico, o local mais sagrado dos judeus. Os muçulmanos pensavam que tinham apagado toda a memória da existência judaica.
O genocídio dos judeus na Arábia de Maomé tornou-se uma marca escura de vergonha na história islâmica, e essa vergonha, inveja e raiva continuam a usurpar o melhor dos muçulmanos hoje. Aos olhos de Maomé e dos muçulmanos, a mera existência do povo judeu, e principalmente de todo um Estado judeu, deslegitima o Islam e faz Maomé parecer mais com um assassino em massa do que como um profeta.
Para os muçulmanos, fazer as pazes com os judeus e reconhecer que eles são seres humanos que merecem os mesmos direitos que qualquer outra pessoa, teria um efeito devastador sobre a forma como os muçulmanos veem a sua religião, a sua história, e as ações de seu profeta.
O Islamismo tem um grande problema existencial. Sem culpa alguma, os judeus se meteram neste dilema islâmico. O Islã deve justificar o genocídio que Maomé travou contra eles.
Maomé e os muçulmanos tinham duas opções: ou os judeus são sub-humanos, macacos, porcos, e inimigos de Alá (uma descrição comum sobre os judeus ainda ouvida regularmente nas mesquitas do Oriente Médio de hoje), ou Maomé era um sanguinário genocida não apto a ser um profeta de Deus – uma escolha que significaria o fim do Islã.
Agora e sempre, Maomé e os muçulmanos escolheram claramente a primeira visão de mundo e decretaram que qualquer indício de escolha da segunda opção deve ser severamente punido. Os judeus devem continuar sendo vistos como perversos e serem eternos inimigos do Islã se essa religião quiser permanecer legítima. Não há uma terceira solução para salvar o Islã desse dilema: ou Maomé era mau, ou os judeus eram maus.
Qualquer tentativa de perdoar, humanizar, ou viver em paz com os judeus é considerado traição contra o Islã. Como é que os muçulmanos podem perdoar os judeus e, em seguida, voltar para suas mesquitas, apenas para ler as palavras de seu profeta, dizendo que eles devem matar judeu onde quer que os encontrem? Isso não faz lógica, se alguém quiser permanecer muçulmano.
É por isso que o inimigo número um do Islã é – e deve continuar sendo – a verdade. Se a verdade mostrar a tona o ódio injustificado do Islã, os muçulmanos vão ficar com uma religião que é uma concha vazia, uma religião cujo profeta era um assassino, um ladrão, e um genocida. Sem ódio aos judeus, o Islã se destruiria.
Nonie Darwish, ex-muçulmana nascida no Egito e naturalizada americana, é uma ativista a favor dos direitos humanos e fundadora do Arabs for Israel e diretora do Former Muslims United. É autora de vários livros, entre eles, The Devil We Don’t Know: The Dark Side of Revolutions in the Middle East (O diabo que não conhecemos: o lado escuro da revolução no Oriente Médio).
* O artigo original Why Muslims must hate Jews foi originalmente publicado no American Thinker.