A prefeitura de São Paulo vai contratar, emergencialmente, 200 leitos da rede privada para atender pacientes que não estão com a covid-19. A contratação ocorre em um momento em que a ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva dos hospitais públicos da capital tanto para tratamento da covid-19 quanto para o de outras especialidades está muito alta. Para pacientes que não estão com a covid-19 atinge 90%, e para os casos da covid-19, já atinge 80% de ocupação.
“Nunca estivemos nessa situação. Normalmente, o que acontece é que quando sobe a ocupação do leito covid-19, acaba reduzindo a ocupação das outras especialidades e vice-versa. E assim íamos fazendo a reversão de leitos. Mas agora precisamos de um conjunto de leitos para atender a população que não está com covid. Pela primeira vez tivemos essa situação acumulada”, disse hoje (8) Edson Aparecido, secretário municipal de Saúde.
Segundo ele, grandes hospitais públicos municipais da capital paulista já estão com grande ocupação de leitos, mesmo não atendendo casos da covid-19. “Todos nossos grandes hospitais, que não viraram covid ou que estão com uma parcela pequena de covid, estão muito lotados. Tatuapé, Cidade Tiradentes, Campo Limpo e Ermelino Matarazzo são hospitais que estão muito lotados”, disse o secretário.
Com a contratação desses leitos da rede privada, a prefeitura espera liberar os leitos já existentes para um eventual aumento das internações por covid-19. “Quando aperta a situação da pandemia, leitos de especialidades a gente transforma em leitos de covid-19”, explicou o secretário.
Dos 200 leitos que vão ser contratados, 100 serão para UTI e os demais para enfermaria. A contratação será por um período de 60 dias, podendo ser prorrogado por tempo indeterminado.
Segundo o secretário, o edital com o chamamento público para a contratação desses leitos será publicado no Diário Oficial eletrônico desta noite (8).
Doses remanescentes
Edson Aparecido informou que há uma nova lista para as doses remanescentes de vacina contra a covid-19 nas unidades de saúde. Pessoas com mais de 50 anos de idade, pessoas com deficiência permanente acima de 18 anos ou estudantes da área técnica em saúde em estágio, vão poder se inscrever nas unidades de saúde da capital em uma lista de espera para receber doses remanescentes de vacinas, a chamada xepa da vacina. Caso sobre doses de vacinas não aplicadas no final do dia, a pessoa inscrita nessa lista de espera poderá ser chamada para tomar o imunizante.