Zelador do Triplex se ofende e chama advogados de Lula de “lixo”

Mais um bate-boca foi registrado em depoimentos de testemunhas de acusação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ação penal em que Lula é réu na 13ª Vara Federal de Curitiba relativa à Operação Lava Jato.

Desta vez a discussão ocorreu entre os advogados do ex-presidente e a testemunha José Afonso Pinheiro, ex-zelador do Condomínio Solaris, onde está localizado o apartamento Tríplex, que, de acordo com o Ministério Público Federal, teria sido reformado pela construtora OAS para uso da família de Lula.

Afonso, que disputou as eleições de outubro como candidato a vereador pelo PP com a alcunha de Afonso Zelador do Tríplex, irritou-se com os advogados quando foi questionado sobre como se deu seu ingresso na política. Antes da oitiva, a defesa de Lula chegou a impugnar a testemunha alegando que Afonso teria feito uso político dos fatos em julgamento na ação penal.

“Fiquei desempregado, numa situação difícil, passando por dificuldade terrível, porque fui envolvido numa situação que não tenho culpa nenhuma”, alegou o depoente, sendo interrompido pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que disse que não era isso que ele estava perguntando.

Foi neste momento que Afonso se irritou: “eu perdi meu emprego, minha moradia e você vem me acusar, querer falar alguma coisa contra mim?. Vocês são um bando de lixo. O que vocês fizeram com nosso país é coisa de lixo”, esbravejou, sendo interrompido, desta vez, pelo juiz Sérgio Moro, que pediu para ele se acalmar e alertou-o que ele não poderia ofender ninguém.

Confira, a partir do minuto 12, o momento do bate-boca

O advogado insistiu na linha de perguntas. A testemunha explicou que foi procurado pelo PP que sugeriu que ele disputasse a eleição e que foi dele a escolha do nome de urna. “Eu fui prejudicado nesta situação. Nada mais justo usar esse nome, as pessoas podiam saber que eu era o zelador do triplex”.

A defesa de Lula continuou perguntando sobre o tema, mas Sérgio Moro passou a indeferir as questões alegando que a linha estava ofensiva à testemunha.

Ainda no depoimento, José Afonso Pinheiro disse que todos no condomínio sabiam que o apartamento era do ex-presidente Lula, e que alguns corretores até usavam essa informação para tentar convencer potenciais compradores a adquirirem um imóvel na mesma unidade que o ex-presidente. Disse, também, foi ele que apresentou as áreas comuns do condomínio para a ex-primeira-dama, Marisa Letícia. “E eu só me relacionava com os proprietários. Se fosse alguém interessado em comprar, quem mostraria seria um corretor”, argumentou.
O depoente afirmou, ainda, que foi orientado pro funcionários da OAS, na época, a negar que o apartamento era da família de Lula e dizer que pertencia à construtora.

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