Bolsonaro muda núcleo de confiança após romper com aliados no governo e na Câmara

Presidente consolidou fama de 'desconfiado' e 'centralizador' com reviravolta em grupo próximo

Com um temor recorrente de ser traído, o presidente Jair Bolsonaro se livrou de aliados de primeira hora, abandonou antigos amigos e alterou mais de uma vez seu núcleo de confiança no primeiro ano de mandato.

As mudanças, que atingiram nomes que tiveram atuação estratégica para a sua eleição, renderam a ele a fama no Palácio do Planalto de ser um presidente desconfiado e centralizador, com dificuldades de confiar em sua equipe de ministros.

Segundo relatos feitos por auxiliares presidenciais à Folha, o chefe do Poder Executivo cobra de todos o que considera gestos de fidelidade, como ser informado sobre agendas de ministros e ser defendido publicamente quando sofre críticas.

Nas palavras de um assessor palaciano, Bolsonaro segue à risca o lema: “Ou está comigo ou não está”. O atual núcleo duro do presidente é formado pelos ministros da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e da Defesa, Fernando Azevedo.

Inicialmente homens de confiança do presidente e integrantes do seleto grupo, os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, perderam influência sobre Bolsonaro. O primeiro pode ser trocado do comando da pasta neste semestre.

O segundo, após ter causado polêmica ao dizer que editar um “novo AI-5” exigiria estudos, submergiu. De acordo com assessores presidenciais, suas avaliações perderam força sobre as tomadas de decisão do presidente.

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