Em artigo publicado no final de 2017, o editor-executivo do jornal “Folha de São Paulo”, Sérgio Dávila, admitiu que o jornal é formado majoritariamente pela “elite de esquerda” e que seus jornalistas militaram a favor de Fernando Haddad, ex-prefeito da cidade de São Paulo e atual candidato do PT à presidência da República.
De acordo com o texto, Haddad “governou para uma jovem elite intelectual progressista de esquerda. As redações são formadas em sua maioria por uma elite intelectual de jovens progressistas de esquerda”.
Sérgio continua: “Posso falar com mais embasamento desta Folha. Em 2014, no segundo ano de governo Haddad, censo interno realizado pelo Datafolha atestou que 55% dos jornalistas da casa se consideravam de esquerda, e 23%, de centro. (…) Naquela ocasião, outubro de 2014, foram ouvidos 321 profissionais, numa pesquisa com margem de erro de dois pontos percentuais. Por causa dessas características, encontrou terreno fértil nas Redações a agenda ‘São Paulo, Nova Amsterdã’ de Fernando Haddad. Esta teve no biciclecentrismo das ciclofaixas e ciclovias, na valorização do centro pela via da cultura alternativa, na diminuição da velocidade máxima das ruas e avenidas, no pagamento de salário a usuários de crack como tentativa de recuperação e na abertura da Paulista para os pedestres aos domingos suas bandeiras mais visíveis”.
O editor também comparou a cobertura do jornal dos seis primeiros meses de gestão do petista Fernando Haddad com a cobertura de igual período da administração do tucano João Doria, mostrando que o jornal foi tendencioso a favor do ex-prefeito e atual candidato à presidência da República pelo PT: “Em seu semestre inicial, o petista teve 619 menções no jornal. Delas, 443 podem ser consideradas de efeito neutro (72%), 83 de efeito positivo (13%) e 93 (15%) de efeito negativo. O tucano, por sua vez, teve 1.027 menções em seus 180 dias inaugurais, das quais 683 (67%) neutras, 54 (5%) positivas e 290 (28%) negativas. (…) Impressiona como os percentuais de menções negativas e positivas se invertem: a proporção de textos de leitura negativa em relação ao tucano (28%) é quase o dobro da do petista (15%), enquanto a proporção de textos de leitura positiva em relação ao petista (13%) é quase o triplo da do tucano (5%)“.
Por fim, o editor-executivo da Folha admitiu que a agenda de Haddad encantou a redação do jornal tomada de esquerdistas, mas foi responsável pela derrota do petista em 2016 no primeiro turno, quando tentou a reeleição em São Paulo: “A ironia é que a agenda que conquistou para o prefeito a simpatia do reportariado acabou custando a ele os votos da periferia e da franja do centro expandido de São Paulo, sem os quais não se vencem eleições nem se chega ao segundo turno”.