O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados.
Na argumentação, o partido afirma que Temer é acusado de atuar para pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para que liberasse uma obra que interessava o ex-secretário de Governo Geddel Vieira Lima.
Segundo o deputado Ivan Valente, líder do PSOL na Câmara, Temer praticou tráfico de influência e advocacia administrativa, quando políticos ou servidores usam o cargo público para defender interesses pessoais.
Além disso, o deputado argumenta que Temer foi “condescendente” ao não demitir Geddel.
“O interesse privado do ministro Geddel em um apartamento de luxo virou um problema da cúpula do governo”, disse Valente.
EMPREENDIMENTO DE SALVADOR
O ex-ministro da Cultura disse que foi pressionado por Geddel e Temer para que revertese a decisão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que embargou a construção do edifício La Vue, em Salvador, onde Geddel comprou um apartamento.
O órgão de patrimônio não permitiu os 30 andares do prédio em região de bens tombados da capital baiana.
O presidente afirmou que apenas tentou arbitrar a situação quando procurou o ex-ministro da Cultura.
NÃO DEVE PASSAR
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já declarou não ver no caso motivo para o impedimento de Temer. Sem a abertura do processo, o pedido fica engavetado e nem chega a tramitar.