Pesquisa inédita identificou a presença do novo coronavírus no esgoto despejado no Ribeirão Arrudas e no Ribeirão do Onça, nos municípios de Belo Horizonte e de Contagem, em Minas Gerais.
Conforme coletas realizadas entre 13 a 24 de abril, o vírus causador da covid-19 foi encontrado em oito de 26 amostras examinadas, equivalente a 31%.
Das oito amostras positivas para o novo coronavírus, três foram coletadas na sub-bacia do Ribeirão Arrudas e cinco na sub-bacia do Ribeirão do Onça.
Não há evidências científicas de que a doença possa ser transmitida por água atingida pelo esgoto. O monitoramento fornece, no entanto, informação estratégica para os gestores da saúde pública sobre as áreas e regiões com risco de maior incidência de transmissão
A pesquisa terá duração de dez meses e envolve o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (UFMG), a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
De acordo com um artigo de pesquisadores da universidade alemã Ruhr-Bochum, publicado no mês passado, outros coronavírus sobrevivem por horas em metais e luvas cirúrgicas, e por dias em outros materiais, como madeira e vidro. É claro, considerando que essas superfícies não sejam desinfetadas ou lavadas.
Portanto, faz sentido pensar que haverá mais casos de COVID-19 em locais sem esgotamento sanitário, onde a população bebe água contaminada por esgoto ou tem contato direto (encosta) no esgoto, o que ainda é comum no Brasil. Saiba mais sobre esse assunto aqui.