O presidente da Fecomercio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz, foi preso nesta sexta-feira em um desdobramento da Operação Lava Jato. Ele foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal, na zona portuária do Rio, onde prestou depoimento.
Além da prisão preventiva de Orlando Diniz, três funcionários da Fecomércio foram alvos de prisão temporária. Todos os mandados foram cumpridos nesta sexta-feira.
A ação, batizada de Jabuti, é um desdobramento da Operação Calicute, que investiga esquemas de corrupção envolvendo o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, que está preso em Curitiba e que será novamente denunciado por corrupção passiva.
De acordo com a investigação, o esquema envolvia crimes de lavagem de dinheiro e pagamentos de salários para funcionários fantasmas, ou jabutis, como eram conhecidos os contratados pela Fecomércio, que na verdade, trabalhavam para Sérgio Cabral ou outros integrantes da organização criminosa.
Segundo o procurador da República, José Augusto Vagos, os crimes teriam causado um prejuízo de 10 milhões de reais aos cofres públicos.
Também foi alvo da investigação o pagamento de cerca de 180 milhões de reais em honorários advocatícios com recursos do sistema Sesc, o qual Diniz presidia até dezembro do ano passado, quando foi afastado por suspeita de irregularidades.
Entre os escritórios beneficiados está o de Adriana Ancelmo, esposa de Sérgio Cabral, que segundo José Augusto Vagos, teria recebido 20 milhões de reais.
Por nota, a assessoria de imprensa de Orlando Diniz afirmou que as acusações que recaem sobre ele são infundadas e que serão esclarecidas dentro do devido processo legal.
A nota informa que “inverdades” levantadas contra o grupo Fecomércio e Sesc tem resultado na destruição de projetos importantes para a sociedade fluminense e que ressalta, ainda, que Diniz sempre esteve à disposição para esclarecimentos junto às autoridades.