China pode ‘agarrar’ satélites com braço robótico, alerta chefe do Comando Espacial dos EUA

Militares dos Estados Unidos estão preocupados com o rápido desenvolvimento da capacidade espacial da China, especialmente de um satélite equipado com um braço robótico, que poderia se aproximar de um satélite inimigo para desativá-lo, disse o comandante do Comando Espacial dos EUA, general James Dickinson, ao Congresso americano nesta terça-feira (20).

“Pequim busca ativamente a superioridade espacial por meio de sistemas de ataque espacial”, escreveu Dickinson em comentários preparados para o Comitê de Serviços Armados do Senado.

“Um objeto notável é o Shijian-17, um satélite chinês com um braço robótico”, acrescentou.

Em resposta, o país asiático disse que o Shijian-17, ou SJ-17, é um satélite experimental usado pela China Satellite Communications Corporation para executar serviços de comunicação e transmissão através do satélite e verificar a tecnologia na observação de detritos espaciais, sendo novas fontes elétricas e de propulsão elétrica.

No entanto, algumas organizações ocidentais, incluindo o think tank ‘Center for Strategic and International Studies’, com sede em Washington, notaram seu ‘comportamento incomum’ enquanto estavam em órbita.

Baseada no espaço, a tecnologia de braço robótico “poderia ser usada em um sistema futuro para agarrar outros satélites”, disse Dickinson.

“A China também tem vários sistemas de laser terrestres de vários níveis de potência que podem cegar ou danificar os sistemas de satélite”, explicou.

De acordo com a revista Nikkei Asia, toda a operação militar dos EUA — porta-aviões, caças de quinta geração, tanques e mísseis — depende do GPS para posicionamento, navegação e tempo. A partir disso, a superioridade dos EUA no domínio militar pode ser eliminada imediatamente se a comunicação digital for interrompida.

Dickinson observou que a China também está desenvolvendo “um amplo complemento de recursos de interferência e ciberespaço, armas de energia direcionada, capacidades em órbita e mísseis antissatélites baseados em terra” — todos os quais poderiam prejudicar a atividade militar dos EUA.

Dickinson disse que o Irã e a Coreia do Norte também estão aprimorando sua capacidade de guerra eletrônica para bloquear os sistemas de GPS.

Na audiência desta terça-feira, Dickinson chamou a China de ‘problema a ser resolvido’ no domínio espacial, com mais de 400 satélites em órbita, perdendo apenas para os EUA. A Rússia tem cerca de 200 satélites, mas pode dobrar isso até 2030, disse ele.

O senador americano sem partido, Angus King, do Maine, observou que ”em um conflito, a primeira coisa que um inimigo tentará fazer é um grande ataque cibernético para tentar nos cegar”. King questionou se ter uma constelação de pequenos satélites, em vez de grandes satélites multibilionários, seria mais difícil de desativar no início de um conflito.

“Pequenos satélites, muitos satélites em órbita, nos fornecem uma capacidade resiliente que seria muito difícil de degradar”, respondeu Dickinson.

“Seja comunicações, seja [inteligência, vigilância e reconhecimento], seja aviso de mísseis, esses tipos de atividades eu acho que serão absolutamente mais redundantes, mais resilientes, se tivermos o que chamamos de rede mesh [tecnologia que permite ampliar a cobertura e dar mais estabilidade na rede Wi-Fi] se você quiser, em uma ‘constelação’”, acrescentou.

“É absolutamente um domínio de guerra”, disse o general quatro estrelas sobre o cenário espacial.

Ele disse que sua principal prioridade na defesa da órbita “se resume à minha capacidade de realmente ver e entender o que está acontecendo no domínio espacial”.

Usando uma combinação de satélites e recursos terrestres, o Comando Espacial dos EUA busca saber onde as coisas estão e analisar as capacidades dos adversários para entender qual é a ameaça, o que essas capacidades podem fazer e suas intenções, disse Dickinson.

Agora, com os satélites comerciais aumentando em um ritmo acelerado, o risco de congestionamento ou colisão está aumentando, disse ele.

“Diariamente, rastreamos cerca de 32.000 fragmentos de destroços”, finalizou ele, frisando que cerca de 7.000 são cargas úteis de satélite ativas ou desativadas.

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