Forças de segurança da ditadura da Venezuela usam força letal com intenção de matar os setores da população mais vulneráveis e excluídos, criminalizando a pobreza.
As informações estão contidas em um relatório da Anistia Internacional publicado nesta quinta-feira (20).
Segundo a Anista, foram detectadas mais de 8.200 execuções extrajudiciais na Venezuelaentre 2015 e junho de 2017.
Erika Guevara-Rosas, diretora para Américas da Anistia Internacional, afirmou:
A VENEZUELA ESTÁ PASSANDO POR UMA DAS PIORES CRISES DE DIREITOS HUMANOS EM SUA HISTÓRIA. A LISTA DE CRIMES SOB O DIREITO INTERNACIONAL CONTRA A POPULAÇÃO ESTÁ AUMENTANDO.
É ALARMANTE QUE, EM VEZ DE APLICAR POLÍTICAS PÚBLICAS EFICIENTES PARA PROTEGER AS PESSOAS E REDUZIR OS NÍVEIS DE INSEGURANÇA, AS AUTORIDADES VENEZUELANAS ESTÃO USANDO A LINGUAGEM DA GUERRA PARA TENTAR LEGITIMAR O USO EXCESSIVO DE FORÇA PELA POLÍCIA E POR OFICIAIS MILITARES E, EM MUITOS CASOS, O USO DA FORÇA COM INTENÇÃO DE MATAR.
E acrescentou:
O GOVERNO DEVE LANÇAR URGENTEMENTE UM PROGRAMA NACIONAL PARA REDUZIR OS HOMICÍDIOS E EFETIVAMENTE IMPLEMENTAR UM MODELO DE POLICIAMENTO QUE INCLUA DIRETRIZES SOBRE PROPORCIONALIDADE E O USO DIFERENCIADO DE FORÇA E DE ARMAS QUE ATENDA ÀS NORMAS DE DIREITOS HUMANOS INTERNACIONAIS.
A Venezuela está hoje entre os países mais violentos do mundo.
Em 2017, a taxa de homicídio foi de 89 por 100.000 habitantes, mais alta que em El Salvador (60) e três vezes mais alta que no Brasil (29,7), citando dados da fundação InSight Crime.