Evo Morales diz que América do Sul tem obrigação de defender Venezuela

Morales disse ter contactado as “autoridades importantes” da Venezuela, que não especificou, que lhe terão assegurado que estão “preparadas” para resistir a uma eventual intervenção militar.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse hoje que “a América do Sul tem a obrigação de defender a Venezuela” de uma eventual intervenção militar conduzida pelos Estados Unidos com o apoio da Colômbia.

“A União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) “deve convocar uma reunião de emergência e reforçar a soberania do povo fraterno [da Venezuela]”, argumentou Morales durante um discurso de duas horas e meia na Radio Kawsachun Coca.

O presidente boliviano denunciou alegadas “ameaças intervencionistas” dos americanos sobre a Venezuela, lembrando que o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, está a fazer um périplo pela América Latina, ao mesmo tempo o chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, o almirante Kurt Tidd, se encontra de visita à Colômbia.

“Sabemos que [Rex Tillerson]está a tentar promover un golpe de Estado contra o Governo venezuelano durante este périplo”, denunciou Morales, acrescentando que a intenção dos americanos é de “intimidar e punir” o regime de Nicolás Maduro.

O presidente boliviano disse ainda que a Colômbia está a abrir bases militares junto à fronteira da Venezuela com a intenção de intimidar o regime de Caracas.

Morales disse ter contactado as “autoridades importantes” da Venezuela, que não especificou, que lhe terão assegurado que estão “preparadas” para resistir a uma eventual intervenção militar. “Toda a nossa solidariedade diante da ameaça militar”, concluiu.

No domingo passado, o presidente boliviano já tinha advertido para a “presença suspeita” de Tidd na Colômbia, descrevendo-a como uma “ameaça militar imperialista contra a paz na irmã Venezuela, que “será frustrada pela dignidade, soberania e unidade dos povos democráticos”.

Morales questiona repetidamente a presença militar dos EUA na América do Sul, considerando que a colaboração dos Estados Unidos com países latino-americanos na luta contra o tráfico de drogas é um pretexto para uma intervenção militar na região.

DEIXE UM COMENTÁRIO