O delegado Paulo César Jardim, titular da 1ª DP da Capital de Porto Alegre afirmou que está suspensa a investigação do caso em que uma jovem, de 19 anos, teria tido uma suástica desenhada a canivete em sua barriga. Segundo ele, a vítima se negou a representar criminalmente. Com isso, não existe crime e não há como prosseguir a investigação.
O caso teria ocorrido na rua Baronesa do Gravataí, no bairro Cidade Baixa em Porto Alegre, na última segunda-feira. A jovem chegou a registrar uma ocorrência na Polícia, mas voltou atrás. A vítima teria sido agredida a socos por três homens que a interpelaram após ela descer de um ônibus e em seguida desenhado uma suástica nazista na sua barriga com um canivete.
“O termo que ela usou foi que riscaram a barriga dela com um canivete e agrediram ela com socos. Ela estava usando uma camisa do ‘Ele não'”, resumiu o delegado.
Jardim afirma que o símbolo desenhado na barriga da jovem não é uma suástica nazista, mas sim uma suástica budista, em função da posição dos traços, que foram desenhados de forma invertida.
Ele criticou a cobertura da imprensa sobre o caso e disse que veículos de comunicação estão “forçando uma barra, insinuando mil e uma situações que não é nada que tem nos autos”.
O delegado também informou que a jovem passou a se negar a esclarecer mais detalhes do ocorrido, e se contradiz em vários argumentos aos quais declarou antes para polícia.
Segundo o delegado existe a suspeita de que a vítima se autoflagelou, visto que a primeira atitude antes de registrar o boletim de ocorrência foi postar nas redes sociais de modo que o fato viesse a viralizar, a mesma só registrou o boletim de ocorrência cerca de 24 horas após a agressão.
A jovem foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de lesão corporal. O laudo deve ficar pronto nos próximos dias para esclarecer os fatos.
A vítima poderá responder a um termo circunstanciado” por comunicação falsa de crime ou de contravenção de menor potencial ofensivo, caso o laudo vier esclarecer que ela se autoflagelou com intuito de incriminar terceiros falsamente. A pena pode chegar a dois anos de prisão.
Atualização:
O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Emerson Wendt, afirmou, que serão retomadas as investigações do caso da jovem de 19 anos que teve o corpo marcado com um símbolo parecido com uma suástica em Porto Alegre. Wendt usou sua conta no Twitter para fazer o comunicado e disse que também será verificada a incidência de algum outro crime além da lesão corporal.
“Não podemos deixar de analisar todas as circunstâncias que envolvem a alegada agressão, sua motivação e como teria ocorrido”, escreveu o chefe da polícia. Ele também destacou a pressão exercida pelas redes sociais como um fator para a reabertura do caso.
As investigações tinham sido suspensas depois que a vítima decidiu não dar prosseguimento ao caso.