Pois bem, vou falar sobre ele. O guru da esquerda e de muitos incautos da direita, vou cometer o sacrilégio de tecer algumas considerações sobre Leandro Karnal, mais uma vez. Sim, já escrevi um texto sobre ele no portal Bom Dia, intitulado Leandro Karnal e sua aversão à opinião do baixo clero.
Na oportunidade, fiz críticas à postura patriarcal do ponto de vista epistemológico que ele tem em relação às gerações que povoam as redes sociais. Karnal é rudemente avesso às opiniões de usuários de redes sociais, notadamente do faceboook. Já chegou a citar o seguinte: “A internet deu voz a uma legião de imbecis” de autoria de Umberto Eco.
No entanto, desta vez, não vou contradizer suas posições em relação às opiniões de usuários de redes sociais, ora em que o assunto é bem mais delicado, pois o grande oráculo pop resolveu entrar na ondinha da galera esquerdalha e fazer chacota da Pastora evangélica Damares, futura ministra do governo Bolsonaro.
Tudo começou quando um vídeo da pastora passou a circular na internet no qual ela relata que, quando criança, iria cometer suicídio em cima de um pé de goiaba. No vídeo ela diz que não ingerira o veneno que portara na ocasião porque vira Jesus, que o mesmo subira no pé de goiaba onde ela estivera.
Isso seria só um relato de uma evangélica caso o motivo de ela querer se matar não fosse tão cruel. Damares relata que sofrera abusos sexuais quando criança e não suportara mais, quando resolvera por fim a sua vida, naquela oportunidade Jesus aparecera e a salvara.
Leandro Karnal, como um bom esquerdista camuflado de isentão que é, resolve entrar na ondinha e zombar da dor relatada por Damares. Disse ele na sua página: “Tema da redação hoje: Quem tiver pecado atire a primeira goiaba!”. A mensagem acompanhava uma imagem simbolizando Jesus na cruz e outra imagem de goiabas ao lado.
Confesso que quando vi a referência a ele sobre tal idiotice não dei atenção, esperei alguém da mídia se manifestar pra ter certeza da fonte. Porém, não houve manifestação nenhuma durante todo o dia, só no começo da noite resolvi acessar a página dele pra ver se era mesmo verdade. Ao acessar a página me deparo com uma nota de retratação pela grosseria de sua postagem.
Sim, ele teve humildade e pediu desculpas. Se foi sincero não saberemos, talvez, pois só o fez porque soube do porquê Damares havia subido no pé de goiaba pra se matar, o que não aparecia no vídeo que circulava. Mas, aí eu fiquei com meus botões… só pediu desculpas por saber da dor que Damares passara com os abusos sexuais que sofrera na infância. Logo, a zombaria feita no que concerne à manifestação da fé não seria suficiente para ele se desculpar?
Zombar de uma cristã que diz ter uma experiência visual de Jesus não era suficiente para pedir desculpas? Claro! Vindo de um descrente em Deus isso não é nada! Entretanto, pra quem vive dando palestras e concedendo entrevistas arrotando discursos de tolerância disso, tolerância daquilo é de se surpreender tal babaquice. Isso o torna um perfeito embusteiro.
Ora, meus caros, ele tenta passar uma imagem de ser tão iluminado pela descrença em Deus (como se isso o tornasse mais racional que o resto da humanidade) com seus discursos em tom de voz parecendo locutor de rádio FM, para fazer tal chacota com a fé cristã! E só se retrata no que se refere ao caso dos abusos sexuais da Damares, pois se não tivesse conhecimento disso, provavelmente teria mantido sua postura.
No fundo, o pedido de retratação é puramente mercadológico. Ele precisa manter sua imagem de isentão com voz de locutor de programa romântico de rádio FM. E mais, é colunista no jornal Estado de São Paulo, precisava se retratar por muitos outros motivos que não por meio de um exame de consciência.
Ao fazer chacota com o relato de uma mulher, ele faz detração, justamente sobre isso escreveu um livro o qual se intitula: A Detração: Breve Ensaio Sobre o mal Dizer. Na descrição do livro, no site da Amazon, diz que detratar é “falar mal do outro, seja do que esse outro fez ou disse”. Exatamente o que fez com a Damares, repito, mulher.
Por fim, deixo um pedido ao estimado oráculo da epistemologia da obviedade, respeite a fé cristã com o mesmo esforço que recomenda respeito às questões progressistas que tanto defende.