Marielle Franco “heroína”, de quem?

Mulher, negra, mãe, feminista, socióloga, “cria da favela”, como ela mesmo gostava de falar. Nascida no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro, em 27 de julho de 1979, Marielle Francisco da Silva, a Marielle Franco, era referência na luta pelos direitos humanos – (“assim ela é descrita por toda a mídia brasileira”).

A mais recente conquista na área foi o mandato de vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, eleita pelo PSOL.

Aos 38 anos, Marielle Franco foi brutalmente assassinada a tiros no bairro Estácio, no Centro do Rio na noite de quarta-feira (14/3). O motorista Anderson Pedro M. Gomes, 39, que dirigia o veículo também morreu. Pela esposa, foi descrito como “um pai amoroso e um marido maravilhoso” (“Só isso e mais nada foi falado sobre Anderson, a mídia se calou diante da morte dele”).

Marielle entrou para a vida política em 2005, após perder uma amiga para a violência carioca, vítima de bala perdida, e tão logo se engajou de imediato em campanhas contra a violência policial em favelas do Rio.

O ativismo de Marielle era, por exemplo, contra a violência nas comunidades e a falta de segurança urbana. Mas o ativismo da carioca ia além! A vereadora também lutava pelas mulheres, tendo como foco as negras e lésbicas. #AssédioNãoÉPassageiro, Lei das Casas de Parto, Espaço Coruja/Espaço Infantil Noturno e Pra Fazer Valer o Aborto Legal no Rio eram alguns dos projetos de lei propostos pela vereadora do PSOL.

Bom, tudo que você acabou de ler acima caro leitor, é o que esta espalhado por milhares de sites jornalísticos em todo o Brasil e em longas reportagens na TV exaltando a “heroína” carioca.

Mas vamos analisar uma questão pertinente que me deixou um tanto intrigado e confuso, Marielle defendia o aborto, ela apresentou um projeto chamado “Se é Legal, Tem Que Ser Real”, para ajudar as mulheres a saberem que podem fazer aborto legais.

Marielle defendia a ideologia de gênero, legalização da maconha, defendia criminosos e traficantes ao ser totalmente contra a intervenção militar, ações da polícia e do exército nas favelas do Rio de Janeiro. Marielle ia de contra a cultura da ética, contra a disciplina, contra os valores morais e familiares.

Marielle Franco agora pode se tornar heroína da pátria no Brasil, a proposta é da deputada Jô Moraes (PCdoB-Mg), que apresentou o projeto de lei na Câmara.

Mas a pergunta que não quer calar, diante de todas essas situações, diante do seu ativismo, dos seus projetos, Marielle poderá ser “heroína”da pátria no Brasil.

 – “Heroína”? De quem?

O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, em que constam 45 nomes, tem seis mulheres: Ana Néri, Anita Garibaldi, Bárbara de Alencar, Zuzu Angel, Jovita Feitosa e Clara Camarão.

Em Minas Gerais sete pessoas foram mortas por incêndio em uma creche causado pelo segurança do local. As vítimas são uma professora que tentou impedir a ação, quatro crianças e o próprio segurança. Damião Soares Santos, de 50 anos, jogou álcool no seu corpo e nos alunos e logo depois ateou fogo.

A professora Heley de Abreu Silva Batista, 43 anos, faleceu após duas paradas cardíacas. Ela teve 90% do seu corpo queimado e estava internada no Hospital Regional de Janaúba em estado gravíssimo. Heley tentou enfrentar o segurança e impedir que ele jogasse álcool e fogo nas crianças.

Outros alunos e funcionários da creche ficaram feridos no ataque. Trinta e oito pessoas permanecem internadas em hospitais de Montes Claros, Janaúba e Belo Horizonte. Entre elas, estão 22 crianças.

Heley de Abreu Silva Batista é aqui homenageada por nós, como a verdadeira e única a representar todas aquelas mulheres que tiveram algum tipo de abuso, de uma esperança de um Brasil melhor, da falta de cuidado por parte de nossas autoridades, e de mais compromisso da Justiça brasileira e de políticos, essa sim, que deveria ter reconhecimento da imprensa Nacional como heroína.

Amauricio Borba

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