Jean Wyllys fará doutorado sobre fake news e ódio na web

Em entrevista ao portal Poder360, do jornalista Fernando Rodrigues, o ex-deputado federal pelo PSOLRJ, que alegou ameaças de morte para renunciar ao terceiro mandato e partir ao exterior, contou morar com um amigo que já residia na capital da Alemanha. “Ele cedeu espaço para mim, está me abrigando nesse momento.”

Jean Wyllys, 45 anos, afirma se manter exclusivamente com os próprios recursos. “Há muito imbecil nas redes sociais dizendo que vivo de salário de deputado, que consegui me aposentar com dois mandatos. Essa é uma mentira que precisa ser desconstruída”, afirma. “Não sou financiado por ninguém.”

Sem o salário de parlamentar, ele paga as contas na Europa com os cachês de eventos acadêmicos, como conferências em universidades. “Sou intelectual, professor, escritor, vivo disso”, diz. Seu partido não o ajuda “de maneira nenhuma”.

“Sou uma pessoa honesta, material e intelectualmente. Quando viajo, as instituições que me convidam me colocam em hotéis ou apartamentos de Airbnb, alugados.”

O tema do doutorado que Wyllys pretende fazer no Centro de Estudos Latino Americanos da Freie Universität de Berlim tem a ver com o uso da internet na política brasileira.

“Como as fakes news e os discursos de ódio nas redes sociais, sobretudo promovidos por autoridades políticas e religiosas, têm impactado os processos eleitorais nas democracias e impactado o modo de vida das minorias”, detalha o ex-deputado. “É um interesse meu, como político, ativista e homem gay.”

Ele negocia uma bolsa de estudos com duas fundações: a alemã Rosa Luxemburgo e a norte-americana Open Society. Ambas financiam projetos e pensadores ligados à defesa da democracia.

Mesmo vivendo na Alemanha, onde se sente seguro, Jean Wyllys sinaliza não abrir mão de participar da vida política brasileira.

“Não deixei se ser político e não vou deixar nunca. Eu já era político antes de me tornar deputado.”

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