Tudo que você queria saber sobre a bitcoin, mas ficou meio sem jeito de perguntar

Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Marcos Henrique, sócio da Foxbit, uma das corretoras especializadas nesse negócio, responde a tudo que as pessoas querem saber sobre esse investimento, mas ficam acanhadas em perguntar.

Em primeiro lugar, o especialista explica que o investimento em bitcoins deve ser feito utilizando parte da reserva financeira do aplicador, ou seja, quantia da qual ele não vai precisar a curto e médio prazo. O ideal, diz ele, é programar compras para um cenário de médio e longo prazo, quatro, cinco anos, e estar ciente, como em outras aplicações, que perdas são um risco inerente ao ativo.

O especialista diz que, embora o governo brasileiro se refira à aplicação como moeda virtual, a comunidade bitcoin prefere a nomenclatura moeda digital ou criptomoeda por entender que a expressão moeda virtual é depreciativa e induz à possibilidade de que ela possa desaparecer de um momento para o outro.

Idealizada pelo programador Satoshi Nakamoto, em 2009, a bitcoin surgiu como opção de aplicação financeira fora do mundo físico. Compras e vendas da moeda são feitas pela internet, diretamente entre pessoas físicas ou através de corretoras especializadas, que reúnem compradores e vendedores.

“A criptomoeda está crescendo em escala geométrica no mundo nos últimos anos, e isso é o começo apenas. É uma tecnologia inovadora e como todas as outras tem um empuxe inicial muito grande que leva a valores e distribuição em escala global. O bitcoin ainda está longe de ser mainstream”, explica o sócio da Foxbit.

Henrique diz que hoje em dia, no Brasil, a cotação da bitcoin está em R$ 18.500. ele observa que não é obrigatório a compra de uma bitcoin inteira, ela pode ser fracionada até oito casos depois da vírgula (como se fossem  centavos). Na faixa de R$ 20, R$ 50 já é possível comprar parte da criptomoeda.

No que diz respeito à comercialização, o especialista explica que existem duas formas: com alguém de confiança ou através de corretoras especializadas, que Henrique classifica como “centralizadoras de elos de confiança”, onde pessoas depositam bitcoins para venda e outras, reais para compras. Apesar de ser uma criptomoeda, a bitcoin pode comprar bens e serviços. Em mercados como os Estados Unidos e mesmo no Brasil, o varejo vai aos pouco aderindo às bitcoins.

“O número de estabelecimentos que aceitam bitcoins no Brasil está crescendo dia a dia. Existe um site chamado coinmap.org, onde as pessoas podem colocar o nome da sua cidade e ver na sua região quais são os comércios que aceitam. Na Grande São Paulo, existem cerca de 100 comércios aceitando, incluindo pizzarias, escritórios de  advocacia e os mais diversos produtos e serviços. Para acessar bitcoins é muito fácil. É preciso instalar no celular ou no tablete um aplicativo chamado Blockchain Wallet, uma carteira que vai gerenciar a entrada e saída de bitcoins. Você simplesmente converte o valor em real do seu produto ou serviço pra frações de bitcoin. Você exibe esse código para quem está pagando o serviço ou produto e a pessoa faz a transferência direta para sua carteira de bitcoins”, explica o especialista

Quanto à adesão do sistema bancário a esse sistema, o sócio da Foxbit afirma que a empresa tem contas nos principais bancos brasileiros, como Bradesco, Banco do Brasil, Intermedium, Caixa. Embora ainda não esteja regulado pelo Banco Central, existe um projeto de lei tramitando no Congresso. A Foxbit e outras empresas do mercado procuram assessorar os parlamentares para criação de um conjunto de normas que permitam a expansão dos negócios dentro de normas que assegurem segurança jurídica e financeira aos participantes. A expectativa é que tudo esteja definido até 2018. Apesar disso, todas as operações envolvendo bitcoins devem ser informadas por ocasião da declaração do Imposto de Renda.

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