Como jovens estudantes encontram a chance de crescer através de um “sugar daddy”

Sem muito recurso financeiro, essas e outras garotas encontram em um
relacionamento mutuamente benéfico a alternativa para ingressar suas
carreiras.

Todo jovem acadêmico sonha em ser bem sucedido, mas para isso, cada um
busca a alternativa que melhor lhe cabe.

Angélica, 29, assim como milhares de outras garotas que apostam em um
“relacionamento sugar”, viu a oportunidade de crescer profissionalmente
através de seu patrocinador – o namorado -.

Para começar, é importante entender o que significa um “relacionamento
sugar”. Surgido nos Estados Unidos, em meados de 1920, a relação consiste
em uma pessoa mais velha – o sugar daddy/mommy – bancar a boa vida a um
jovem – o sugar baby – com quem se relaciona.

No início da relação, há um acordo entre os dois para esclarecer interesses
mútuos, onde ambas as partes deixam claro o que pretendem com o
relacionamento.

No início, Angélica começou a se relacionar com o homem de 56 anos em troca
dos materiais que precisava para estudar. “Ser médica sempre foi meu maior
sonho, na época da faculdade, não tinha como bancar moradia e os materiais
caros que precisava. Estudava em período integral e não havia como
conseguir um emprego”, explica ela. “Ganhar um consultório com tudo pronto
é mais do que qualquer coisa que sempre imaginei”, conta feliz.

Outros milhões de jovens buscam esses relacionamentos através de
plataformas específicas, como a Meu Rubi, site de relacionamentos sugar que
registra maior crescimento no Brasil.

Mas, não só aqui, onde o “novo” jeito de se relacionar popularizou-se, como
principalmente na Europa, já é bastante comum. A maioria dos sites têm mais
de um milhão de inscritos, entre sugar babies e sugar daddies.

Ana Maria, 23, pede aos “daddies” viagens para fazer cursos de
especialização em sua área. “Já fui à Paris e Milão, onde é o centro da
moda. Fiz cursos para agregar em meu currículo como estilista e nunca
precisei oferecer relações em troca. Meu compromisso com ele é passar um
fim de semana por mês juntos, mas não rola nada além de uma boa amizade”,
afirma.

Assim como ela, diversas outras garotas (os) ganham seus “mimos” sem
precisar se relacionar intimamente e é isso o que os diferem de
profissionais do sexo, como a sociedade gosta de rotular.

A médica iniciou um romance mais sério com o sugar daddy, envolvendo
intimidades e mais compromisso, após ter se interessado pelo homem. “Foram
quatro anos de uma amizade fiel e todo o suporte que precisei, é normal
você criar um carinho especial pela pessoa. Comecei a enxergar o quão
atraente e gentil ele é”, conta.

Mas, apesar de estarem apaixonados, o romance não veio à tona. “Preferimos
deixar assim, só meus familiares mais próximos e os filhos dele sabem. No
começo todo mundo foi contra, os filhos, obviamente, me taxaram de
interesseira. Mas não demoraram a ver como estávamos verdadeiramente
felizes”, anima-se Angélica.

Sobre estar se aproveitando ou não, Ana Maria nega totalmente. “Se fossemos
casados, ele pagaria minhas contas e até mais do que meus cursos e todo
mundo acharia totalmente normal”, explica em tom grosseiro.

“O que a sociedade precisa para entender é abrir a mente e deixar a tradição de
lado. Pense comigo, se o cara não estiver satisfeito com a relação, não irá
pagar nada à sugar baby. Então, se ele paga, é porque também sente-se feliz
com a relação, seja ela qual for”, continua.

Independente da opinião, essa nova filosofia de relacionamento vem tomando
conta da atualidade. É importante compreender que, mesmo se você não
concordar, há pessoas felizes dessa maneira.

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